'Linguagem discriminatória' fez "Mary Poppins" deixar de ser apropriado para todos os públicos no Reino Unido após sete décadas.

O clássico da Disney de 1964 que fez de Julie Andrews uma estrela de cinema tinha a classificação U, referente a 'universal' e apropriado para todos, que foi renovada em 2013 para um regresso aos cinemas.

Mas para um novo regresso em cinemas, o British Board of Film Classification (BBFC), o organismo responsável pela atribuição das classificações etárias aos filmes, atualizou este mês para "PG", o que significa que ainda pode ser visto por todas as crianças, principalmente a partir dos oito anos, mas recomenda-se aos pais que prestem atenção ao conteúdo pois algumas cenas podem ser inapropriadas para as 'mais novas ou mais sensíveis'.

Segundo a BBC, em causa está o uso do termo "hotentotes" pelo Almirante Boom, o vizinho da família Banks que vive numa casa em forma de navio, pouco depois da marca dos 65 minutos e novamente aos 108, durante a icónica sequência da dança dos limpa-chaminés e Mary Poppins nos telhados, quando os seus rostos ficam escurecidos pela fuligem.

O termo terá surgido no final do século XVII entre os europeus para descrever um povo nómada da África austral que se autodenomina Khoikhoi e é considerado atualmente como racialmente ofensivo.

O BBFC analisou o contexto histórico do filme, que se passa na Londres em 1910, mas o uso do mesmo excede agora as diretrizes para um filme U.

A nova classificação afeta apenas a versão cinematográfica do famoso filme, já que as versões de entretenimento doméstico ainda permanecem com classificação 'U', segundo o BBFC.

Maria Poppins, personagem fictícia criada por P. L. Travers e interpretada no filme por Julie Andrews, conta a história de uma ama inglesa que usa magia e que chega num guarda-chuva ajudada pelo vento até a casa de uma família em Londres onde cuida dos pequenos.

OS ATORES DE MAY POPPINS.