É uma história lendária do mundo do "shobiz": em outubro de 2003, Michael Parkinson, o mais adorado e respeitado entrevistador da história da televisão britânica, teve à sua frente Meg Ryan.

O pretexto era o lançamento do seu novo filme "In the Cut - Atracção Perigosa", um controverso 'thriller' erótico onde contracenava com Mark Ruffalo, mas o resultado foi um momento desconfortável e bizarro de televisão pois a estrela mostrou-se bastante contrariada e respondeu a praticamente todas as perguntas com monossílabos, antes de sugerir que o jornalista devia acabar aquilo porque não estava a correr bem.

A tensão e o contraste com a imagem da adorável estrela de comédias românticas como "Um Amor Inevitável" e "Sintonia de Amor" não podiam ter sido maiores e chocaram muitos espectadores.

O episódio tornou-se viral mesmo na era pré-YouTube e continua a perseguir os seus intervenientes.

Alguns anos mais tarde, a estrela justificou o seu comportamento dizendo ter ficado "ofendida" com o tom paternalista de Parkinson, a quem chamou de "maluco".

Por seu lado, o veterano de mais de duas mil entrevistas a pessoas famosas, de Muhammad Ali a Jennifer Lopez e Tony Blair, descreveu o episódio como "o momento televisivo mais difícil" da sua carreira.

Esta quinta-feira de manhã, o veterano de 81 anos esteve no programa "This Morning" para falar da sua carreira e Eamonn Holmes perguntou-lhe quais as celebridades mais difíceis que encontrou antes de acrescentar logo a seguir: "Quem é que foi mais abusado por Meg Ryan? Ela é alérgica a ser entrevistada!"

Parkinson concordou: "Sem dúvida. Ela não devia fazê-las. Ela estava a passar por um mau bocado, tinha rompido com o namorado, mas ela..."

Eamonn interrompeu para recordar que os atores estão contratualmente obrigados a fazer entrevistas quando estão a promover filmes.

"Ela estava no final de uma campanha de promoção e estava cansada", continuou Parkinson. "Não sei porque estou a arranjar desculpas para ela!"

Já Eamonn Holmes recordou que teve uma experiência semelhante com a atriz ainda antes de Parkinson.

"Ela é talvez o pior exemplo do mundo de atores que se vêem a si mesmos como recipientes vazios. Quando têm um papel, são alguém e podem falar, mas não estão confortáveis ou não são capazes de falar delas. Ela está dolorosamente consciente daquilo que é e, sinceramente, não se incomodem. Não aceitem mesmo que vos ofereçam" [a oportunidade de entrevistá-la].

Excerto da entrevista.

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