Na quarta-feira, a Alamo Drafthouse, uma das cadeias de salas de cinema mais importantes dos EUA anunciou que uma sessão só para mulheres do filme "Mulher-Maravilha" no Alamo Ritz, em Austin (Texas).

E será a sério: todas as pessoas a trabalhar, desde os funcionários ao projecionista e à "equipa de culinária", serão mulheres, prometeu no comunicado.

"Mulher Maravilha" é o primeiro filme desde "Elektra", de 2005, a ter no centro da ação uma mulher, a super-heroína interpretada por Gal Gadot. E é da DC Comics: a Marvel, que começou a construir o seu universo cinematográfico com "Homem de Ferro" em 2008 e tem dominado o género, ainda não deu primazia às personagens femininas.

E em cerca de 130 filmes de super-heróis que foram feitos desde 1920, apenas oito tiveram mulheres como protagonistas.

As mulheres deram o seu apoio à sessão especial, tanto nos comentários como na compra de bilhetes: em poucas horas, esgotou a sessão marcada para as 19 horas de 6 de junho. Perante o sucesso, foi marcada outra para as 18h30 e, se for necessário, o cinema promete continuar a satisfazer a procura.

Ainda assim, há um grupo insatisfeito: os homens.

Não todos, mas são muitos os que têm inundado as redes sociais dos cinemas para expressar o seu descontentamento e prometendo boicotar a Drafthouse como retaliação pelo que consideram "sexismo ao contrário" e "misandria".

Até existem apelos à presença de veteranos de guerra para ver se lhes é impedida a entrada (uma compilação das melhores queixas pode ser consultada aqui).

Pacientemente, a Alamo Drafthouse tem respondido a todos os queixosos. E continua a fazer negócio: perante o sucesso das sessões "interdita a homens", vai alargá-las a outras zonas dos EUA.

"Mulher-Maravilha" estreia a 1 de junho em Portugal.