Segundo a mesma fonte, "alguns dias depois da cirurgia, a função renal começou a falhar". "São reações normais nestes casos e foi o que aconteceu com o Salvador (...) Foram administrados medicamentos específicos, diuréticos e, felizmente, o organismo respondeu muito bem", explicou.

"Ele deveria ter feito a primeira biopsia, em que é avaliado se o coração está a ser rejeitado pelo organismo, no dia 15 de dezembro, mas acabou por não acontecer. A prioridade nestas situações é estabilizar o funcionamento de todos os órgãos", revelou ainda a fonte à revista.

Na semana passada, dias depois do transplante,  José Manuel Correia, diretor clínico do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, frisou que a recuperação estava a correr bem. "A Direção Clínica do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, E.P.E. informa que Salvador Sobral encontra-se bem, a fazer a sua recuperação com uma evolução dentro do esperado", explicou em comunicado.

Os pormenores da operação, no Hospital de Santa Cruz, em Carnaxide, Oeiras, foram dados no dia seguinte ao transplante, 9 de dezembro, pela equipa que o operou, que disse que a recuperação será demorada, o que é normal neste tipo de transplantes, mas que o músico “vai ter uma vida completamente normal” se tudo correr bem.

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"Os desafios são os de qualquer transplante. A cirurgia correu bem, correu bem sob todos os aspetos. Não creio que este fosse um desafio diferente dos outros. Atrás deste dia estão muitos meses de dedicação de muitos profissionais (...) A cirurgia correu bem", disse o cirurgião Miguel Abecassis, o médico responsável pela equipa que operou o cantor.

"A recuperação, o que posso dizer, é que tudo está a evoluir bem. O Salvador está muito animado, muito bem disposto", frisou, revelando que o cantor pediu para ouvir música clássica antes da operação. "[Quando lhe dei a notícia], Ele só me disse três coisas: perguntou-me se eu estava em forma, eu disse que sim, perguntou se podíamos pôr música e que ele preferia música clássica, e finalmente desejou-me sorte", contou, sublinhando ainda que o vencedor da Eurovisão "estava muito bem preparado, é um jovem muito inteligente e que recebeu muito bem a notícia do transplante".

Sobre a recuperação, o médico explicou que não é possível avançar com uma previsão de quanto tempo o músico vai ficar internado, mas que espera que o músico volte o mais breve possível à sua vida. "Se tudo correr bem, ele cairá no grupo dos doentes que, em cinco anos, [terá o coração a funcionar] à volta dos 85% e terá uma vida completamente normal. É isso que a gente quer", explicaram os médicos.

Portugal's Salvador Sobral performs with the song 'Amar Pelos Dois' during the first semi-final of the Eurovision Song Contest 2017 at the International Exhibition Centre in Kiev on May 9, 2017. / AFP PHOTO / Sergei SUPINSKY

Salvador Sobral, de 27 anos, sofre de insuficiência cardíaca em estado avançado e estava desde setembro a aguardar por um dador compatível.

Depois de vencer o Festival Eurovisão da Canção, em maio, em Kiev, Salvador Sobral correu o país de norte a sul, tendo dado mais de 30 concertos. Por motivos de saúde, o cantor foi obrigado a afastar-se temporariamente dos palcos.

"Já não é segredo para ninguém que a minha saúde é frágil. Tenho um problema e chegou infelizmente a altura de me entregar - entregar, digamos, o meu corpo - à ciência e, consequentemente, ausentar-me da vida de concertos e de música no geral. Sair um bocado deste mundo dos civis e ir para um outro onde, certamente, este problema será resolvido. Infelizmente não sei quanto tempo vai demorar", explicou o músico num vídeo onde anunciou o seu afastamento dos palcos.

Salvador Sobral deu a Portugal a primeira vitória no Festival Eurovisão da Canção. Em Kiev, o músico português interpretou "Amar pelos Dois", tema composto pela sua irmã Luísa Sobral, e conquistou a pontuação máxima dos jurados e do público internacional - Portugal foi o país mais votado por parte dos jurados de cada país em concurso, com 382 pontos.

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Ao receber o prémio, o músico português fez declarações que correram o mundo. "Vivemos num mundo de música descartável, música fast food, sem qualquer conteúdo e isto pode ser uma vitória para a música, das pessoas que fazem música que significa qualquer coisa. Música não é fogo de artificio, música é sentimento. Vamos tentar mudar isso. Vamos trazer a música de volta ao que realmente importa", disse Salvador Sobral.

"É uma boa vitória para a música. É um bom passo as pessoas terem gostado desta música", frisou em entrevista à RTP1. "O Caetano Veloso fez um vídeo a dizer que queria que eu ganhasse a Eurovisão... vale mais que esta coisa (o troféu)", disse ainda jovem de 27 anos.

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