Kelly foi condenado em fevereiro de 2023, mas os advogados argumentaram que o prazo de prescrição tinha sido ultrapassado quando o cantor foi acusado, uma alegação que o tribunal de Chicago rejeitou na sexta-feira.

"Durante anos, Robert Sylvester Kelly abusou de meninas menores de idade. Ao recorrer a um esquema complexo para manter as vítimas caladas, ele evitou durante muito tempo as consequências", escreveu a juíza Amy St. Eve na sua decisão.

"Estes crimes alcançaram-no finalmente. Mas Kelly - apresentando uma defesa de prescrição - acredita que atrasou as acusações por tempo suficiente para as evitar completamente. O estatuto diz o contrário, por isso, confirmamos a condenação".

Kelly, de 57 anos, já está a cumprir uma pena de 30 anos por uma condenação de extorsão e tráfico sexual, determinada por um júri de um tribunal do Brooklyn num julgamento federal separado. As duas sentenças serão cumpridas simultaneamente, o que totaliza 31 anos de prisão.

A advogada Jennifer Bonjean afirmou que R. Kelly vai recorrer ao Supremo Tribunal.

O artista foi condenado por um tribunal de Nova Iorque em setembro de 2022 por seis das 13 acusações apresentadas: três por produzir pornografia infantil e três por aliciamento de menores de idade .

A condenação federal em Chicago ocorreu um ano depois e foi considerada um marco pelo movimento #MeToo: foi o primeiro grande julgamento de abuso sexual em que a maioria das acusadoras eram mulheres negras.

Também foi a primeira vez que R. Kelly enfrentou consequências criminais pelos abusos que, durante décadas, teria infligido a mulheres e menores de idade.

Nascido em Chicago, o artista conquistou a fama nos anos 1990 com sucessos como "I Believe I Can Fly" e tornou-se uma das maiores estrelas do R&B.