Foi anunciada a programação para a 80.ª edição do Festival de Veneza, que decorrerá de 30 de agosto a 9 de setembro sem a presença de filmes portugueses nas principais secções.

A conferência de imprensa decorreu na terça-feira de manhã na Biblioteca do Arquivo Histórico de Arte Contemporânea da Bienal de Veneza, com o diretor artístico do festival Alberto Barbera e o presidente Roberto Cicutto.

Serão 23 filmes a competir pelo Leão de Ouro, com destaque para a presença dos muito aguardados "Dogman", de Luc Besson; "Maestro", de Bradley Cooper; "Priscilla", de Sofia Coppola; "The Killer", de David Fincher, "Io Capitano", de Matteo Garrone; "Poor Things", de Yorgos Lanthimos; "El Conde", de Pablo Larrain; "Ferrari", de Michael Mann; e "Adagio", de Stefano Sollima.

Na corrida ao principal prémio estão ainda "The Promised Land" (realizado por Nikolaj Arcel), "La Bête" (Bertrand Bonello), "Hors-Saison" (Stéphane Brizé), "Enea" (Pietro Castellitto), "Comandante" (filme de abertura, realizado por Edoardo de Angelis); "Finalmente L’Alba" (Saverio Costanzo); "Lubo" (Giorgio Diritti), "Origin" (Ava DuVernay), "Memory" (Michel Franco), "Evil Does Not Exist" (Ryusuke Hamaguchi), "The Green Border" (Agnieszka Holland), "Die Theorie Von Allem" (Timm Kroger), "Woman of" (Malgorzata Szumowska, Michal Englert) e "Holly" (Fien Troch).

O realizador de cinema norte-americano Damien Chazelle, vencedor de um Óscar com "La La Land", vai presidir ao júri da secção competitiva que escolherá o Leão de Ouro e restantes prémios.

A prometer polémica está a inclusão em antestreia mundial fora da competição dos novos filmes de Woody Allen ("Coup de Chance”) e Roman Polanski ("The Palace"), cineastas afetados por escândalos antigos relacionados com abusos sexuais (e no caso do segundo, uma condenação) cujas reputações foram mais afetadas com o movimento #MeToo em 2017.

Ainda fora da competição serão exibidos filmes como "The Wonderful Story of Henry Sugar" (Wes Anderson), "Daaaaaal!" (Quentin Dupieux), "Aggro Dr1ft" (Harmony Korine) e "Hit Man" (Richard Linklater), além de "The Caine Mutiny Court Martial", o regresso do realizador William Friedkin, que apresentará ainda uma versão remasterizada do seu clássico "O Exorcista" para festejar os 50 anos da estreia.

A assombrar o festival está a atual greve dos atores de Hollywood, que ameaça deixar os realizadores sozinhos na passadeira vermelha: as regras do SAG-AFTRA proíbem atividades de promoção, de entrevistas à presença neste tipo de eventos.

O conflito laboral já fez Veneza perder a sua primeira escolha para o filme de abertura, “Challengers”, de Luca Guadagnino e com Zendaya, Josh O’Connor e Mike Faist, cuja estreia foi adiada para 2024.

Na conferência de imprensa, Barbera insistiu que "o impacto é bastante modesto" e que todos os outros filmes norte-americanos convidados confirmaram a presença. Reconheceu, no entanto, a ausência de "algumas estrelas" e prometeu a presença de atores das produções independentes.

A realizadora italiana Liliana Cavani e o ator Tony Leung, de Hong Kong, receberão o Leão de Ouro honorário do festival.