"Mosquito", a longa-metragem de João Nuno Pinto que estreou nos cinemas portugueses a 5 de março, pouco antes do encerramento e da declaração do estado de emergência por causa da COVID-19, é a eleita da Academia Portuguesa de Cinema para ser candidata a uma nomeação para o Goya de melhor filme ibero-americano.

A 35.ª edição dos Goya, os "Óscares espanhóis", acontecerá a 27 de fevereiro em Málaga, tendo como anfitriões Antonio Banderas e a jornalista María Casado.

Segundo Paulo Trancoso, presidente da instituição, "apesar do contexto de pandemia que estamos a viver desde o início do ano, e que tanto prejudicou o cinema português, em 2020 estrearam filmes de grande qualidade como foi o caso de “Mosquito”.

Protagonizado pelo ator João Nunes Monteiro, "Mosquito" fala de Zacarias, o jovem soldado português que, em 1917, deambula por África à procura do pelotão, da 4.ª Companhia Expedicionária Portuguesa.

Através da sua história, "somos confrontados com o horror da guerra e a subjugação dos povos africanos pelos europeus através do domínio colonial", explicou aquando da estreia o realizador, que se inspirou na história da chegada do seu avô a África.

"No entanto, o que se passou durante a sua longa e solitária caminhada pouco se sabe. É aqui que entra a ficção, a fabulação e o sentido que pretendo dar à narrativa", explica João Nuno Pinto na nota de intenções.

"Permite-nos conhecer um pouco melhor um pedaço esquecido da nossa história, a Primeira Grande Guerra em África, obrigando-nos a refletir sobre um período muito maior que foi o nosso direito em subjugar e 'civilizar' outros povos que, convenientemente, considerávamos inferiores", justificou.

Produzido por Paulo Branco, "Mosquito" contou com coprodução de França, Brasil e Moçambique, onde foi rodado, e terá uma versão em minissérie com três episódios.

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