Um grupo de cidadãos pretende travar o encerramento, anunciado para dia 31, das salas de cinema no centro comercial Fórum Aveiro, que consideram “uma componente importante da qualidade de vida”.

“Em menos de dois meses, os habitantes de Aveiro veem a oferta cultural do centro de Aveiro, já de si algo limitada em variedade e regularidade, sofrer dois cortes sérios e muitíssimo preocupantes: ocorre a repentina deslocalização da livraria para fora do Fórum para local próximo, mas perigosamente despido de público, e anuncia-se, de novo repentinamente, o encerramento dos cinemas já para fim do mês de maio”, refere o texto de uma petição pública contra o encerramento das salas de cinema.

A consumar-se, Aveiro passa a ter apenas as salas de cinema no Centro Comercial Glicínias, que os subscritores consideram periférico, ao contrário do Fórum que está inserido no centro antigo da cidade.

“O Fórum está acessível de quase todos os pontos da cidade, é central. Os estudantes facilmente estão ali, vive lá muita gente, nomeadamente reformados, é um foco importante relacionado com as escolas e as crianças”, salienta Ana Gil professora universitária e uma das dinamizadoras do movimento.

Ana Gil admite que a venda de bilhetes poderia não dar para as despesas, mas garante que o cinema no Fórum tinha procura: “há pessoas que vão ao cinema e muitas vezes encontro grupos de amigos, de reformados, que percebi, pela conversa, que iam regularmente ao cinema”.

“É uma componente importante da qualidade de vida e neste caso está-se a dar umas machadadas muito visíveis no que é a cultura em Aveiro em geral e no seu centro histórico”, considera.

Dando conta do envio de uma exposição ao conselho de administração da NOS, que opera as salas de cinema do Fórum, Ana Gil diz que o movimento gostaria de conversar com os responsáveis, no sentido de serem analisadas alternativas.

”Há uma alternativa óbvia que é não encerrar, mas reduzir o número de salas, o que é perfeitamente legítimo, compreensível e que faz muito mais sentido”, conclui.

O encerramento das salas de cinema sucede à deslocalização de uma livraria que estava desde há anos naquele centro comercial.