A fusão entre Disney e 21st Century Fox anunciada em dezembro está oficialmente concluída.

Aquele que é o o maior e mais relevante acordo na história dos média e de Hollywood tornou-se oficial à 00h02 desta quarta-feira, no fuso horário de Nova Iorque, o que tinha sido confirmado horas antes pela própria 21st Century Fox.

Robert Iger, CEO da Disney e grande responsável pela aquisição, também o fez em comunicado: "Este é um momento extraordinário para nós, um que irá criar valor significativo a longo prazo para a nossa empresa e os nossos acionistas".

Este prazo, que Iger descreveu como um "dia histórico", tinha sido antecipado na semana passada pela Disney, quando faltava apenas que os acionistas da 21st Century Fox escolhessem a quantidade de dinheiro e ações da Disney que querim receber no âmbito da fusão de 71,3 mil milhões de dólares [60,6 mil milhões de euros].

Segundo o acordo, os acionistas da 21st Century Fox recebem 38 dólares por ação, em dinheiro ou ações da "Nova Disney", ficando no final da operação financeira com 17% a 20% dessa "holding" que vai juntar a Disney e a Fox.

Nos 14 anos em que está à frente da Disney, Iger já tinha tomado várias decisões essenciais para a sua expansão global, como a aquisição do estúdio de animação Pixar por 7,4 mil milhões em 2006; a da Marvel Entertainment em 2010 por 4 mil milhões e a Lucasfilm de George Lucas ("Star Wars") em 2012, também pelo mesmo valor.

Mas esta fusão promete abanar o mundo do entretenimento e dos media numa importantíssima fase pelo controlo de conteúdos e distribuição, em que vários estúdios se preparam para uma competição intensa no "streaming" com os gigantes que têm muito dinheiro e atraíram milhões de subscritores: Netflix, mas também Google e Amazon.

Entre outros ativos, a "Nova Disney" fica com o estúdio de cinema 20th Century Fox, atualmente o terceiro maior de Hollywood, bem como o estúdio que produz as séries de TV e o vasto catálogo de títulos de ambos, canais por cabo como a FX e a National Geographic, bem como 30% da plataforma "Hulu".

Além de ganhar sagas como "Aliens", "Avatar" e "Planeta dos Macacos", a Marvel, detida pela Disney, volta por exemplo a tomar posse dos direitos da saga "X-Men" (que incluem "Deadpool").

Há um lado negro nesta aquisição: segundo as projeções, além da redução da produção de filmes da Fox, mais de quatro mil empregos serão perdidos na eliminação das estruturas e recursos que agora existem em duplicado.

Já esta terça-feira a Fox Corporation substituiu a 21st Century Fox no Standard & Poor's 500, o índice das maiores empresas americanas cotadas em bolsa.

Esta nova entidade junta os ativos que a Disney não comprou ao magnata Rupert Murdoch, como o canal nacional Fox e as suas 28 estações, além dos canais por cabo Fox Sports e o controverso Fox News, bem como jornais de influência como o Wall Street Journal, New York Post, Times of London, além de vários títulos na Austrália.

Notícia atualizada às 9h30 de 20 de março.