Sydney Sweeney é a segunda atriz, após Dakota Johnson, a não se mostrar incomodada com o negativismo à volta de "Madame Web".

O filme de super-heróis recebeu más críticas e é 'flop' comercial e a chacota até chegou à cerimónia dos Óscares a 10 de março.

Ao fim de quase um mês nos cinemas, o filme do Universo Homem-Aranha da Marvel da Sony arrecadou apenas 43 milhões de dólares nos cinemas da América do Norte e 96,8 milhões a nível mundial. Segundo a imprensa, planos para ser o primeiro de uma saga foram já abandonados pelo estúdio Sony.

Ao fracasso de bilheteira soma-se o artístico: uma nota baixa de C+ dos fãs na sondagem CinemaScore e 12% de score positivo nas críticas recolhidas pelo 'site' Rotten Tomatoes (três pontos abaixo do "Morbius"), o pior para o género dos super-heróis desde os 9% da versão do "Quarteto Fantástico" de 2015. Apesar de mais benevolente, os 57% positivos dos espectadores também revelam a falta de entusiasmo.

Perante o balanço, Sydney Sweeney, que interpreta uma das adolescentes perseguidas pelo vilão da história, mostrou que já seguiu em frente.

"Só fui contratada como uma atriz para isso, portanto estava apenas a juntar-me à viagem para o que quer que acontecesse”, disse numa entrevista ao Los Angeles Times.

A própria já tinha 'gozado' com o filme quando foi a anfitrião do lendário programa Saturday Night Live, recordando ao público que talvez a conhecessem da série "Euphoria" ou da comédia romântica "Todos Menos Tu".

"Sem dúvida que vocês não me viram em 'Madame Web'”, brincou.

Isabela Merced, Dakota Johnson, Sydney Sweeney e Celeste O'Connor em 'Madame Web'

Dakota Johnson, que é a protagonista, já tinha comentado numa entrevista ao Bustle que, "infelizmente, não estou surpreendida que isto tenha acontecido desta forma".

Quando lhe perguntaram se existia alguma razão, a atriz, que trocou de agência e representantes da WME para a poderosa CAA apenas uma semana após o lançamento do trailer de "Madame Web", deixou subentendido que as intervenções do estúdio para obter sucesso comercial tiveram impacto artístico.

"É tão difícil fazer filmes, e nestes grandes que são feitos – e até está a começar a acontecer com os pequenos, que é o que realmente me assusta – as decisões são tomadas por comités e a arte não funciona bem quando é feita por comité”, respondeu.

E reforçou a importância da integridade artística: “Os filmes são feitos por um cineasta e uma equipa de artistas à sua volta. Não se pode fazer arte baseada em números e algoritmos. Há muito tempo que sinto que o público é extremamente inteligente e os executivos começaram a acreditar que não são. O público sempre será capaz de 'cheirar' o que não presta. Mesmo que os filmes comecem a ser feitos com IA [Inteligência Artificial], os humanos não vão querer vê-los".

"Mas sem dúvida que foi uma experiência para mim fazer este filme. Nunca tinha feito nada assim antes. Provavelmente, nunca mais farei algo parecido porque não faço sentido naquele mundo. E agora sei isso", admitiu.

A atriz também reiterou que assinou contrato para um projeto muito diferente.

"Mas às vezes, nesta indústria, assinamos para fazer algo e é uma coisa, e à medida que se está a fazer torna-se algo completamente diferente, e fica-se tipo, 'Um momento, o quê?'", disse.

"Mas foi uma verdadeira experiência de aprendizagem e, claro, não é agradável fazer parte de algo que está a ser desfeito em pedaços, mas não posso dizer que não compreendo", conclui.

TRAILER.