A vida e carreira da cantora brasileira Marília Mendonça vão dar um filme.

A Amazon Prime Video anunciou em comunicado (e com exclusivo ao 'site' hugogloss.com) que chegou a um acordo de licenciamento com a mãe da artista conhecida como a "rainha da sofrência" (ou "cantora do sofrimento"), Ruth Dias, mais conhecida como Dona Ruth, para ter os direitos da sua história e acesso ao material arquivo pessoal.

Além do filme biográfico, a plataforma pretende avançar com outras duas produções sobre artista falecida a 5 de novembro de 2021, aos 26 anos, depois do avião em que viajava com mais quatro pessoas se ter despenhado no interior do estado de Minas Gerais.

Em declarações ao hugogloss.com, Dona Ruth explicou que o o filme vai mostrar detalhes íntimos e pouco conhecidos do público: "Estou muito ansiosa porque este filme será a oportunidade de contarmos a verdade sobre a Marília. É uma história muito sofrida e muito bonita. E vamos contar sem maquilhar nada. Muita gente conheceu a Marília já no auge e não tem ideia do que ela viveu desde pequena”.

O projeto, acrescentou é uma forma de preservar o legado da filha: “As pessoas perguntam como ela cantava sobre coisas que não teve tempo para viver! Ela cantou a nossa vida, o que vivenciou na nossa casa, na nossa família. Vivenciou traições, relações tóxicas e essa verdade está na voz dela. Comprometi-me a preservar o legado dela – e vou cumprir. Este filme vai dar-nos essa oportunidade”.

Na altura da sua morte, Marília Mendonça era uma das novas grandes estrelas da música brasileira: esgotava concertos, vendia milhares de discos e batia recordes nos serviços de streaming, consagrada na lista dos 500 artistas mais ouvidos do mundo.

Segundo o El País, a artista tornou-se numa das cantoras mais ouvidas no YouTube Brasil, conseguindo superar Ariana Grande, Shakira, Taylor Swift e Adele - por exemplo, o vídeo do single "Infiel" (2015) soma mais de 604 milhões de visualizações.

Já no Spotify, mais de dois milhões de pessoas ouvem os temas da cantora por mês e “Leão”, uma parceria com o cantor Xamã, já acumula mais de 290 milhões e mantém-se entre as músicas mais escutadas, incluindo os materiais póstumos.

"Eu Sei de Cor", "Bebi Liguei", "Bye Bye", "Passa Mal", "Casa da Mãe Joana", "Bem Pior Que Eu" e "Ciumeira": ao contrário das canções de Ivete Sangalo, Anitta e companhia, os temas da cantora não são festivos. O sofrimento está presente em todas as letras e há quem a tenha chamado a "Adele brasileira".

O seu primeiro álbum, "Infiel", lançado em 2016, conquistou três discos de platina. O segundo, "Realidade", um ano mais tarde, foi nomeado para um Grammy Latino na categoria Melhor Álbum de Música Sertaneja, que ganharia com "Todos os Cantos", de 2019. "Patroas" e "patrouas 35%" também foram nomeados na mesma categoria em 2021 e 2022.

Mas a carreira começou nos bastidores. Aos 15 anos, a artista começou a trabalhar na agência WorkShow e a escrever temas para outros cantores brasileiros.

"No escritório, esperaram que chegasse a hora certa para me lançar", contou ao portal UOL.

Anos depois, em 2015, atuou pela primeira vez para uma pequena multidão: o concerto correu bem e nunca mais parou.