Omar Sharif morreu esta tarde vítima de ataque cardíaco num hospital no Cairo para doentes de Alzheimer, informou o seu agente. Tinha 83 anos.

No final de maio, o filho do ator confirmara pela primeira vez a doença.

De verdadeiro nome Michel Demitri Shalhoub, Omar Sharif nasceu a 10 de abril de 1932 no Egipto e iniciou a carreira em 1953. Rapidamente ganhou popularidade, tendo rodado 22 filmes até 1961.

O primeiro papel em inglês foi o de Sharif Ali no épico «Lawrence da Arábia» (1962), realizado por David Lean.

A sua entrada em cena foi uma das mais inesquecíveis da história do cinema: Ali surgia primeiro como um ponto longínquo no deserto que se aproximava lentamente até se revelar montado a camelo e matar Tafas, o guia de Lawrence (Peter O'Toole).

Nomeado para o Óscar de Melhor Ator Secundário, Sharif tornou-se instantaneamente a primeira estrela de cinema internacional de origem árabe, estatuto que se consolidou quando, três anos mais tarde, David Lean lhe confiou o papel de protagonista no popularíssimo «Doutor Jivago».

Na carreira destacam-se ainda filmes como «A Queda do Império Romano» (64), «Genghis Khan, o Conquistador» (65), «A Noite dos Generais» (67), «O Ouro de Mackenna? (69), «Che!» (69), «Os Cavaleiros das Estepes» (71), «A Semente de Tamarindo» (74), «Funny Lady» (75), «O Último Viking» (99), «Monsieur Ibrahim et les Fleurs du Coran» (03), «Hidalgo - O Grande Desafio» (04) e «J'ai oublié de te dire» (09), onde representara precisamente um doente de Alzheimer, experiência que confessou tê-lo marcado.

Paralelamente, Omar Sharif foi também um ávido e reputado jogador de bridge.

Só casou uma vez, com Faten Hamama, estrela de «Siraa Fil-Wadi», o seu primeiro filme.

A relação terminou ao fim de 13 anos - ainda que o divórcio só tenha sido decretado em 1974 -, mas o ator manteve vários casos célebres.

Um deles, com Barbra Streisand, colega em «Funny Girl: Uma Rapariga Endiabrada» (1968), quase levou o governo egípcio a retirar-lhe a nacionalidade: ainda antes de se conhecer o envolvimento na vida real, só o facto de viverem um romance no grande ecrã, ele árabe e ela judia, foi o suficiente para originar um escândalo internacional.

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