A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas anunciou mudanças radicais para os Óscares, que estão entre as mais radicais em mais de 90 anos de história.

O Conselho de Governadores, que reúne representantes de todos os ramos da organização (atores, realizadores, etc), reuniu-se ontem à noite e além de ter reeleito o diretor de fotografia John Bailey como presidente, anunciou aos seus membros esta quarta-feira "três alterações-chave".

A principal é a de uma categoria destinada ao "filme mais popular", cujas regras de elegibilidade serão anunciadas mais tarde, ficando por saber qual o critério de "popularidade": números bilheteira, de espectadores? Nos EUA ou a nível mundial?

As audiências da cerimónia têm vindo a cair e a maioria das análises coincide que isso acontece porque os principais filmes nomeados não estão entre os campeões de bilheteira, nomeadamente os grandes produções de super-heróis.

A imprensa especializada nos EUA está a avançar que se trata de uma cedência às pressões do canal que transmite a cerimónia, a ABC, e uma categoria feita à medida de "Black Panther", mas a Academia prefere um tom mais diplomático, salientando que as decisões levam em conta as sugestões dos membros da Academia para "manter os Óscares e a Academia relevantes num mundo em mudança".

Outra alteração, potencialmente mais controversa, é logo a primeira no comunicado e pode ir ao encontro ao que acham a cerimónia muito longa e chata, mas também está a ser interpretada como uma cedência à ABC: fazer um evento de três horas, "mais acessível" para os espectadores de todo o mundo e, com isso, a intenção de anunciar os vencedores em algumas das 24 categorias durante os intervalos.

O Conselho de Governadores não se compromete com as categorias que serão "despromovidas", num processo que se adivinha contencioso, mas oferece uma consolação: esses momentos de vitória serão editados e exibidos ainda durante a cerimónia.

A terceira grande mudança não é para já: a 91ª cerimónia mantém-se a 24 de fevereiro de 2019, mas em 2020 será a 9 de fevereiro e não a 23, como tinha sido anunciado. Será a data mais cedo do ano na história dos Óscares.

A organização garante que isto não vai alterar as datas internas ou o processo de votação, mas certamente irá afetar o anúncio das nomeações e principalmente as datas dos outros prémios que andam na órbita dos Óscares, como os Globos de Ouro ou os Screen Actors Guild, bem como as datas de estreias de filmes.

Esta novidade pode ser uma resposta aos que pensam que a existência de muitas cerimónias de prémios acaba por tirar brilho e suspense aos Óscares, que até agora tinham lugar quase três meses após as primeiras organizações de críticos começarem a anunciar as suas escolhas de melhores do ano.

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