O Ministério Público de Paris arquivou esta segunda-feira, após nove meses de investigação, o caso aberto por uma mulher que acusou o cineasta Luc Besson de a ter violado em várias ocasiões, anunciaram os promotores e o advogado do realizador francês.

"O sr. Luc Besson observou com satisfação a decisão da promotoria pública da República de arquivar as acusações da sra. Sand Van Roy, as quais sempre negou formalmente", afirmou o seu advogado Thierry Marembert em comunicado.

"Esta decisão chega após uma investigação muito completa (...) na qual cooperoou plenamente", acrescentou.

De acordo com a procuradoria, as investigações "não permitiram caracterizar a infração denunciada em todos os seus elementos constitutivos".

Besson, que falou com a polícia a 2 de outubro passado, teve um embate com Sand Van Roy, uma atriz e modelo belgo-holandesa.

A 18 de maio, a atriz de 30 anos acusou o influente realizador e produtor francês após se ter encontrado com ele num um hotel de luxo em Paris.

A atriz explicou à polícia ter tido relações íntimas com o cineasta desde há cerca de dois anos e se ter sentido obrigada pelas suas relações profissionais, segundo uma fonte próxima à investigação e o testemunho de Van Roy.

Em julho de 2018, a atriz fez uma segunda denúncia de violação por atos anteriores, segundo uma fonte próxima. No total, denunciou quatro violações, segundo a sua advogada.

Outras oito mulheres acusaram o realizador de gestos inoportunos e agressões sexuais, em testemunhos publicados pela web Mediapart.

O site publicou na passada sexta-feira o testemunho de outra mulher, a nova acusadora, uma atriz de aproximadamente 40 anos que vive nos Estados Unidos, e que a 13 de fevereiro escreveu ao procurador dando conta de uma tentativa de agressão sexual ocorrida em março de 2002, que já teria prescrito.

Com estas queixas, o mais internacional dos cineastas franceses, pai de cinco filhos, viu-se atingido pela onda de choque que se espalhou pelo mundo desde a queda do produtor americano Harvey Weinstein em outubro de 2017.