O cineasta sul-africano Carlos Carvalho morreu após um acidente com uma girafa numa fazenda de caça. Tinha 47 anos.

Segundo avança o Jornal da Madeira, era descendente de portugueses.

A tragédia aconteceu na quarta-feira, 2 de maio, mas só foi divulgada no sábado. Carlos Carvalho estava a filmar a girafa Gerald, que, de repente, balançou o pescoço e o atingiu na cabeça. Transportado para um hospital em Joanesburgo, morreu nessa noite vítima dos ferimentos.

Um membro da equipa, Drikus van der Merwe, disse ao The Telegraph que o animal pareceu "curioso" e que a pancada "surgiu do nada". O cineasta estava a ver pela câmara e nem se terá apercebido.

Carlos Carvalho foi fotografado alguns minutos antes por outro membro da equipa que estava em Glen Afric, muito popular entre os turistas, que podem interagir com os animais selvagens, para conseguir imagens para um filme alemão, que tem como título de trabalho "Premium Nanny 2".

Carlos Carvalho foi também o diretor de fotografia de "The Forgotten Kingdom" (2013), o primeiro filme produzido no Lesoto, que lhe valeu vários prémios. Recebeu ainda o Leão de Prata no Festival de Cannes em 2003 pelo anúncio a um serviço de apoio às crianças.

Uma porta-voz da Glen Afric, que tem sido usada para muitos filmes e séries nos últimos 40 anos, diz que o realizador ignorou as instruções de segurança para não se aproximar do animal.

"Não tinha autorização para filmar. Ele foi por sua iniciativa. Queria umas imagens para provar qualquer coisa. Estava a tentar distinguir-se. O Gerald não tem culpas e não será abatido. Ele é apenas um grande animal selvagem e o indivíduo desobedeceu às instruções de segurança. Estou muito triste pela sua família. Mas não sou daqueles que culpa os animais", disse Jenny Brooker, citada pelo The Sun.