Embora nem sempre tenha dado os melhores frutos em termos puramente qualitativos, não há como negar a imensa popularidade da série cuja premissa assenta precisamente no dia da má sorte:
«Sexta-Feira 13» já conta com 11 filmes e tem mais um a caminho, além de uma série de televisão, revistas de BD e «merchandising» diverso.

A estrela da série é o «serial-killer» sem motivação aparente e virtualmente indestrutível
Jason Vorhees, que, com a sua máscara de jogador de hóquei, se tornou uma figura incontornável do cinema de terror.

O primeiro filme surgiu em 1980 como uma colagem ao mega-sucesso de John Carpenter
«Halloween – O Regresso do Mal», realizado dois anos antes e que também assentava a base do enredo num dia específico, no caso o 31 de Outubro, Dia das Bruxas. Este primeiro
«Sexta-Feira 13», realizado por um inexperiente e pouco dotado
Sean S. Cunnigham, além de ter um jovem
Kevin Bacon como um dos actores então a dar os primeiros passos, nada tinha de particularmente promissor, mas foi um sucesso imenso.

Curiosamente, ainda não era Vorhees o protagonista nem sequer o assassino do filme. Esse estatuto só lhe surge na segunda fita, aparecendo a máscara de hóquei na terceira.

Ao longo da série, Jason assassina incontáveis jovens das mais imaginativas, delirantes e brutais maneiras. Ele próprio é sujeito aos mais diversos tratos de polé, mas surge sempre milagrosamente recomposto no filme seguinte, com subtítulos a darem invariavelmente a ideia de fim ou reinício, como
«O Capítulo Final»,
«O Regresso», ou
«Sangue Novo».

Já este ano, saiu um novo
«Sexta-Feira 13», produzido por Michael Bay e realizado por
Marcus Nispel, que reimagina os eventos dos quatro primeiro filmes da série.

Mas se a série «Sexta-feira 13» pouco deve à qualidade, não há como esquecer que
Alfred Hitchcock, um dos maiores realizadores da história, nasceu precisamente no dia aziago, a 13 de Agosto de 1899.

A data é apropriada tendo em conta que o cineasta foi o que melhor soube manipular o medo e o sofrimento do espectador e o que mais aprofundadamente explicou o tema e a forma como o fazia.

Embora a sua carreira vá muito além da de «Mestre do Suspense», filmes como
«Psico»,
«Janela Indiscreta»,
«A Corda» e
«Os Pássaros» colocam-no no panteão dos autores que mais conseguiram deixar o público a tremer mesmo à beirinha do assento.