Os novos advogados, ambos de Chicago, são Damon Cheronis e Donna Rotunno, uma ex-promotora especializada na defesa de homens em casos de crimes sexuais.

Os escritórios dos dois profissionais confirmaram que defenderão Weinstein, acusado de agressões sexuais a duas mulheres, uma por violação, em 2013, e outra por sexo oral forçado, em 2006.

Numa entrevista concedida em 2018 à Chicago Magazine, Rotunno distanciou-se do movimento #MeToo, cuja origem remonta precisamente ao caso de Weinstein.

"Estamos numa era em que se condena por alegação, o que vai contra o princípio de presunção de inocência", disse.

Rotunno afirmou também que ser mulher nestes processos lhe permite um maior grau de agressividade com as mulheres que declaram ser vítimas de agressões sexuais.

Um homem "pode ser um excelente advogado, mas se ele interrogar uma mulher com o mesmo veneno que eu, será considerado um valentão. Se eu fizer isso, funciona sem problemas. E tem sido muito eficaz", apontou.

Esta é a terceira troca de advogados por parte de Weinstein desde a sua primeira acusação em Nova Iorque, em maio de 2018.

Em janeiro, o produtor afastou o seu primeiro defensor, Ben Brafman, uma estrela dos tribunais nova-iorquinos, e contratou dois advogados de renome, Ronald Sullivan e Jose Baez.

No entanto, ambos acabaram por abandonar o caso. Baez explicou que tinha "profundos desacordos" com o seu cliente sobre a forma de encarar a sua defesa.

A nova troca deve ser confirmada durante uma audiência marcada para 11 de julho no tribunal de Manhattan, apontou esta sexta-feira o escritório do promotor.

A data do processo foi mantida, detalhou. A seleção dos jurados começará a 11 de setembro. De acordo com várias publicações americanas, os novos advogados aceitaram esta data.

Weinstein foi acusado de agressões sexuais, que vão desde assédio até violação, por mais de 80 mulheres, muitas delas famosas, como Angelina Jolie, Salma Hayek e Emma de Caunes.