A estrela de "Piratas das Caraíbas" fez o comentário na noite de quinta-feira, durante o festival de Glastonbury, no sudoeste da Inglaterra. Depp disse ao público que há algum tempo que um ator não matava um presidente.

A piada recebeu uma resposta severa da Casa Branca, mas o ator disse que não tinha intenções maliciosas nas suas palavras.

"O presidente Trump condenou qualquer tipo de violência, mas está claro que pessoas como Johnny Depp não seguiram esse caminho", comentou a porta-voz de Trump, Sarah Huckabee Sanders.

"Espero que alguns do colegas de Depp digam algo contra este tipo de retórica. Precisam de ser tão intensos quanto foram os comentários direcionados para um representante eleito", acrescentou.

Em declarações à revista de People, o ator de 54 anos pediu desculpas pelo incidente. Segundo Depp, as palavras "não soaram como o desejado".

"Eu estava a tentar divertir-me, não queria magoar ninguém", disse Depp.

"Peço desculpa pela brincadeira de mau gosto que tentei fazer ontem à noite sobre o presidente Trump", acrescentou.

A celebridade compareceu ao cinema drive-in em Glastonbury, para apresentar uma sessão de "The Libertine", protagonizado pelo ator em 2004. Depp respondeu a perguntas para um público de 1.500 pessoas.

"Eu acho que ele precisa de ajuda. Existem muitos lugares escuros, obscuros para onde ele poderia ir", comentou Depp quando lhe pediram opinião sobre Trump.

"Quando foi a última vez que um ator assassinou um presidente? Só para que conste, eu não sou um ator. Eu minto para viver. Ainda assim, já há algum tempo e talvez tenha chegado a hora", acrescentou a estrela.

Em 1865, o presidente Abraham Lincoln foi assassinado com um tiro pelo ator John Wilkes Booth, no teatro de Washington.

"Isto vai sair na imprensa e vai ser horrível", admitiu o ator, dirigindo-se ao público de Glastonbury, dizendo sentir-se feliz por todos serem parte disto.

"Falta indignação"

Depp é o mais recente expoente da indústria do entretenimento a fazer comentários controversos sobre Trump.

A cantora Madonna tornou-se alvo de investigação dos Serviços Secretos, depois de dizer que queria "fazer explodir a Casa Branca".

A comediante Kathy Griffin perdeu um cargo de apresentadora na CNN, depois de ter partilhado uma fotografia com o rosto de Trump ensanguentado.

Uma produção da peça "Julius Caesar", de Shakespeare, foi interrompida por protestantes irritados com a atuação. Na peça, Trump, retratado como Júlio César, é esfaqueado até à morte.

O porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, descreveu os casos da peça e de Depp como problemáticos, em comunicado para os meios de comunicação social esta sexta-feira.

"É problemática a falta de indignação vista em alguns destes lugares, onde pessoas disseram o que disseram a respeito do presidente", comentou.

"O presidente deixou claro que nós temos de denunciar a violência em todas as suas formas", acrescentou Spicer.

Depp tem feito recentes manchetes, por polémicas relacionadas aos gastos desmedidos, que o deixaram à beira da falência.

Durante quase 20 anos, o ator gastou a quantia aproximada de dois milhões de dólares por mês, de acordo com a empresa The Management Group (TMG), que apresentou uma ação contra Depp em Los Angeles por uma dívida que não terá sido paga.

Em agosto de 2016, Johnny Depp e Amber Heard chegaram a um acordo para encerrar os seus 18 meses de casamento, depois de uma tumultuosa separação que terminou em acusações de maus-tratos. O ator concordou de pagar aproximadamente 8 milhões de dólares à ex-mulher.

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