«Equilíbrio» é talvez o álbum mais electrónico de Armando Teixeira, mas, ao fim e ao cabo, Balla é exactamente isto: a metamorfose constante que torna singular cada um dos trabalhos do compositor e intérprete.

«Montra» e «Ao Deus Dará» são os dois singles que já foram divulgados. Alternando entre a realidade e o sonho, Armando criou uma nova roupagem para este trabalho. No entanto, admite que, em determinadas partes, mantém-se uma certa fidelidade à sonoridade dos Balla.

Uma das principais características da banda é o facto de cantar em português. Só assim foi possível contar com a colaboração dos escritores José Luis Peixoto, Pedro Mexia e Miguel Esteves Cardoso.

O músico acredita que em Balla faz sentido cantar em português mas outras bandas têm toda a legitimidade de se exprimirem noutras línguas. Todavia, admite que alguns dos seus amigos já acham estranho cantar em inglês. O mérito está nas novas bandas que vêem na língua não só uma marca distintiva, como uma vantagem.

Um olhar externo, para Armando, é sempre útil quando estamos muito sozinhos a fazer algo. Daí que a participação de músicos como Luís Varatojo, Samuel Úria e Liliana Correia (Bulllet) venha acrescentar qualidade e diversidade a este trabalho.

Este é um álbum que, segundo o músico, foi feito para tocar ao vivo. Armando Teixeira garante que quem tiver a oportunidade de ir ver Balla ao Lux, em Lisboa, dia 10 de Dezembro, pode ouvir praticamente todas as músicas do novo álbum tocadas por uma banda com muita vontade de actuar ao vivo. Em Janeiro do próximo ano, os Balla vão estar no Porto.

Armando Teixeira torna a surpreender com este trabalho e, de futuro, não se sabe o que pode vir a acontecer. A possibilidade de fazer sempre algo novo, de não estar preso a um formato, é uma das coisas que o intérprete mais gosta no seu projecto.

Uma coisa é certa: para ele é impossível cansar-se de Balla.

@ Inês Fernandes Alves