"Memento Mori", o 15.º álbum dos Depeche Mode, editado em março de 2023, dá o mote para o regresso do grupo britânico a palcos portugueses.

Sucessor de "Spirit" (2017), o disco é o primeiro da banda enquanto dupla, composta por Dave Gahan e Martin Gore, após a morte de Andy Fletcher aos 60 anos, em 2022, vítima de uma doença vascular rara.

Os Depeche Mode regressam a Lisboa sete anos depois de terem atudo no festival NOS Alive. O concerto na MEO Arena deverá arrancar às 21h30, a seguir à primeira parte assegurada pela australiana Suzie Stapleton, às 20h30. As portas abrem às 19h00.

A atuação faz parte da "Memento Mori Tour", que conta com mais de 100 datas, dos EUA à Europa, e está a caminho de ser uma das maiores digressões de sempre dos Depeche Mode.

Além de temas do novo disco, o concerto deverá incluir vários clássicos do grupo, como "Just Can’t Get Enough", "Personal Jesus" ou "I Feel Good", canções que têm integrado o alinhamento dos espetáculos mais recentes.

A morte de Fletcher "solidificou de certa forma o título do álbum", declarou Martin Gore à AFP em 2022. "Pensámos que era um bom nome. Depois da morte dele, era totalmente adequado", explicou. O título do álbum "pode parecer muito mórbido, mas também pode ser visto de maneira muito positiva, no sentido de viver cada dia ao máximo", acrescentou.

"O 'Fletch' era aquele que chegava e dizia: 'Martin, não queres fazer isto ou aquilo?'. De repente, já não está cá. E agora o Martin e eu temos de conversar", declarou Gahan ao jornal francês Le Figaro.

"Durante a preparação do álbum, o Martin disse-me: 'É estranho, tenho a impressão de voltar a encontrar um irmão mais velho que há muito tempo não via", recordou Gahan.

Andrew Fletcher
Andrew Fletcher

"Tivemos de comunicar novamente e acredito que isso marcou o álbum", acrescenta o vocalista principal, que, apesar das disputas internas, sempre foi o principal intérprete das letras e canções de Gore.

Algumas composições de "Memento Mori" expressam a relação estranha dentro do grupo, como "My Favourite Stranger", assinada por Gore e Richard Butler, líder dos Psychedelic Furs.

Fletcher morreu antes da conclusão do álbum, gravado na Califórnia. O disco foi produzido por James Ford, com produção adicional de Marta Salogni, durante a fase inicial da pandemia COVID-19.

"As 12 faixas do álbum contam com uma vasta extensão de ambientes, sentimentos e texturas, desde o seu início mais em jeito de presságio até ao fim mais resolvido — da paranóia e obsessão, à catarse e alegria, tocando numa miríade de pontos entre estes estados de espírito", descreve a editora em comunicado.