Filipe Tavares, responsável pela associação que organiza o evento - a Associação Regional para a Promoção e Desenvolvimento do Turismo, Ambiente, Cultura e Saúde (ARTAC), explicou à Lusa que a motivação que esteve na génese do festival é musical, “mas com o decorrer da sua primeira edição [em 2015] houve uma vontade enorme de mudar o paradigma, introduzindo medidas de redução do impacto ambiental”.

O empresário e ambientalista referiu que se pretendeu “tornar o festival numa espécie de farol para outros eventos, e não só”, sendo que o público que adere à iniciativa é “submetido a um conjunto de práticas, com efeito imediato, e que leva o mesmo a constatar que o seu contributo tem um efeito positivo” em termos ambientais, propondo-se, paralelamente, um programa ecológico.

No capítulo da sustentabilidade há uma preocupação em cumprir três pilares: económico, social e ambiental, sendo que no primeiro pilar “mais de 80% do investimento realizado pelo festival é direcionado para profissionais locais e empresa sediadas nos Açores”, segundo o promotor do evento.

Filipe Tavares destacou que, na sustentabilidade social, metade das atividades desenvolvidas são gratuitas, sobretudo na programação projetada para a Praia do Porto Formoso, sendo que são jovens da comunidade local que são integrados na organização do festival, mediante um valor financeiro que lhe é atribuído.

Pela primeira vez, o festival irá enviar os resíduos biodegradáveis produzidos no evento para o Eco Parque da Ilha de São Miguel.

Durante quatro dias, cerca de 60 artistas regionais, nacionais e internacionais sobem aos três palcos do festival.

Juntos “contribuem para a definição da identidade musical do evento que transpira world music, soul, jazz, dub, funk e outros estilos da música negra”, sendo que a direção musical resulta da parceria entre Filipe Tavares, fundador e diretor do Festival, e Adrian Sherwood, anfitrião do evento.

Em 2023, a organização do festival irá implementar o mesmo modelo de acessibilidades das edições anteriores, com a disponibilização de parques de estacionamento periféricos e serviço de ‘shuttle’ reforçado com mais viaturas e horário alargado, que farão a ligação à praia e ao parque dos Moinhos.

O programa musical é composto por Selma Uamusse, The Legendary Tigerman, Club Makumba, Arp Frique, Mirror People, Filipe Karlsson, Duo Atlântico & Isa B. e Manel The Island Men & Friends.

Inetgra ainda diversos DJ como Las Mákinas, Zelecta, Piu Piu, Esses Céus, Isilda Sanches, Mesquita & Laura, Milhafre, Nex, Galopim + Quaresma/Antena 1, Novo Major, Adrian Sherwood e Pedro Tenreiro.

As denominadas ‘ecotalks’, que são painéis de debate em torno de questões socioambientais, com a participação de responsáveis políticos, representantes de associações, ativistas e especialistas, uma exposição de veículos elétricos, bem como o ‘ecomarket’, uma feira de ‘ecodesign’ e produtos naturais, a par do cinema ao ar livre, constituem já marcas anuais do festival, que possui uma limitação de assistência.