A programação de 2024 da sala que recebeu o “General sem medo”, Humberto Delgado, em 1958, associa-se às celebrações da Revolução dos Cravos, com destaque para a evocação do último concerto de José Afonso, em 1983.

A celebração começa a 23 e 24 de março pela voz de Sérgio Godinho, que sobe ao palco acompanhado pelos Assessores para apresentar “Liberdade25”, um espetáculo que visita o reportório “mais politicamente engajado” de Sérgio Godinho e de onde sobressai a canção “Liberdade”, composta para o álbum “À Queima Roupa”, de 1974.

O caminho para a Liberdade continua a 28 de março, quando o Coliseu se associa à editora Zigurate, de Carlos Vaz Marques, para apresentar um encontro de escuta das canções da revolução e um debate sobre a situação política e cultural que antecedeu o 25 de Abril.

“A Revolução antes da Revolução - O ano que mudou a música popular portuguesa”, novo livro de Luis de Freitas Branco sobre o papel da música no derrube da ditadura, leva ao palco do Coliseu o disco “Mudam-se os Tempos, Mudam-se as Vontades”, de José Mário Branco, recordando “o fervilhar cultural” que antecedeu a revolução, entre 1971 e 1973.

A 29 de junho, vai-se ouvir “Grândola Vila Morena”, uma das senhas da revolução, de José Afonso, que será lembrado num espetáculo em parceria com a Associação José Afonso e de evocação do seu último concerto, dado a 25 de maio de 1983, rodeado de amigos e com um preço simbólico, a pedido do cantor, de 500 escudos.

Os “Mantras” do Coliseu, iniciados em 2023 e que convidam a “momentos de reflexão” sobre os mais variados temas, voltam este ano com três meses de discussão sobre “os valores de Abril”, as Migrações e a celebração dos 500 anos do nascimento de Luís Vaz de Camões.

Assim, de 13 a 18 de maio, os Mantras convidam à reflexão sobre as migrações com um ciclo de cinema, em parceria com o Porto/Post/Doc e que inclui também conversas e debates.

Também inserido nos Mantras, a 23 de abril, o Coliseu convida a um debate “sobre o tema que teima em não sair da ordem do dia, e sobre o qual é especialmente útil (re)pensar nos 50 anos da Liberdade: os limites e a liberdade do humor”.

A 10 de junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades, assinalando os 500 anos do nascimento de Luís de Camões, o Coliseu leva a debate a importância do autor de “Os Lusíadas” e da sua obra, da língua portuguesa e das novas linguagens.

A programação do Coliseu do Porto para este ano está marcada por 160 espetáculos de dança, música, dança e ópera e de colaborações com os vários festivais da cidade.