Preenchido inteiramente com repertório inédito para coro e órgão da autoria de frei José Marques e Silva (1782-1837), o disco resulta da primeira gravação realizada no órgão histórico da Igreja da Misericórdia em Santarém, um instrumento datado de 1818, de António Xavier Machado Cerveira, um dos fundadores da escola portuguesa de organaria.

A coleção discográfica “Órgãos Históricos de Santarém” é uma iniciativa do serviço de Gestão dos Órgãos Históricos de Santarém criado no âmbito da parceria entre a Câmara Municipal, a Diocese e a Santa Casa da Misericórdia, tendo o selo da editora mpmp - movimento patrimonial pela música portuguesa, informa uma nota daquele serviço.

O projeto prevê a publicação de um total de sete discos, cada um dedicado a um dos órgãos restaurados entre 2007 e 2009, em igrejas do centro histórico de Santarém.

Na sequência do restauro, a Câmara Municipal de Santarém assinou, em outubro de 2012, com a Diocese e com a Misericórdia um protocolo para garantir a manutenção e o uso dos órgãos de tubos, permitindo que aquelas instituições, proprietárias dos instrumentos alvo de intervenção, contratem entidades que garantam a manutenção dos instrumentos e assumindo o município o compromisso de realizar ciclos de música.

O projeto de recuperação envolveu os órgãos das igrejas de Marvila, Misericórdia, S. Nicolau e Piedade (a cargo do mestre organeiro Dinarte Machado) e da Sé e da capela de Nossa Senhora do Monte (pelo chefe organeiro Nuno Rigaud).

De fora ficaram os dois órgãos existentes em templos que se encontram fechados (igrejas da Alcáçova e de Santa Iria da Ribeira), por não cumprirem uma das exigências da candidatura a fundos comunitários, que obrigava ao uso dos bens recuperados.

@Lusa