PP - Três dos actuais membros da banda já trabalhavam juntos antes da formação dos Skills and the Bunny Crew, no projecto SteelVelvet. A experiência amealhada com esse projecto facilitou o vosso trabalho (de estruturação, composição, actuação, etc.) como Skills and the Bunny Crew?

S&TBC - Os SteelVelvet tiveram a sua importância no processo de amadurecimento, naturalmente. Foi onde nos conhecemos, foi onde nos tornámos amigos, foi como que um “estágio” profissional e emocional para o que havia de acontecer anos mais tarde. Hoje, os SteelVelvetsão passado. Os Skills & The Bunny Crewsão o presente e, esperamos nós, o futuro.

PP - Que influências (nacionais e internacionais) podem ser encontradas na vossa música/estilo musical?

S&TBC - Há um pouco de cada um, neste projecto. Cada um de nós ouve muita coisa diferente entre si. Desde Da Weasel a Gabriel O Pensador, Mind da Gap, Dealema, Red Hot Chilli Peppers, Jamiroquai, LinkinPark, System Of A Down, Rage Against The Machine, The Roots, Led Zeppelin, Sly & The Familly Stone, Muse, Prince…enfim, por aí. Isto, no que à música diz respeito. Mas há outras formas de cultura que nos influenciam igualmente, principalmentena forma de escrever. Aí há autores incontornáveis: Nietzsche, Shakespeare, Gil Vicente, Virgílio Ferreira, Pessoa, William Blake, o grande Régio…

PP - Influências, à parte, o que trazem de novo à música portuguesa? O que vos distingue de muitas outras bandas em início de carreira? Como pretendem marcar o panorama da música nacional?

S&TBC - Não vamos dizer nada que nenhum músico, que se leve a sério, não diga igualmente: atitude, paixão, perseverança, amor, personalidade e muito gozo pelo que fazemos. Mas, acima de tudo, Música.

PP - Também os Skills and the Bunny Crew pretendem, com as letras que incorporam as vossas músicas, veicular alguma mensagem especial? Qual?

S - Toda a música tem uma mensagem, a não-mensagem é algo que não existe. A complexidade, profundidade, estrutura e registo dessa mensagem é que varia de estilo para estilo, de músico para músico. Quando escrevo para os Skills & The Bunny Crew, escrevo totalmente, ou seja, não escrevo apenas política, não escrevo apenas amor, não escrevo apenas egotrip. O que escrevo é, tal como eu, inteiramente politico, inteiramente social. Posto isto, temos letras em que falamos do hedonismo dos tempos modernos, temos letras que abordam o lado filosófico da procura do conhecimento, temos faixas que falam sobre romance, temos uma que fala sobre sexo sem compromissos, enfim… A mensagem de Skills & The Bunny Crew assume as várias faces da multi-realidade que é a psique humana, desde a líbido à razão.

PP - Venceram, recentemente, o U Rock. Ao longo da vossa curta carreira, já conquistaram, também, o primeiro lugar no concurso Sai da Garagem, em Portalegre; o segundo lugar no Riba Rock, em Coruche; e o 3º lugar no Toca & Segue, em Rio de Mouro. De que forma têm contribuído os concursos de música para a carreira dos Skills and the Bunny Crew? São, efectivamente, uma plataforma que ajuda à divulgação e exposição de uma banda?

S&TBC - Numa palavra, amadurecimento, em palco e fora dele. Importância? Toda, principalmente quando se é um anónimo num mar de anónimos que se querem impôr.

PP - Ao arrecadarem um precioso primeiro lugar na final do U Rock, ganharam, além de uma mini-tournée universitária pelo país, a possibilidade de gravação de um CD com a chancela da Valentim de Carvalho, a ser editado em 2010. O que podemos esperar do novo álbum?

S&TBC - Boa pergunta...Confesso que também estou curioso… O que posso dizer é que nada do que todos viram até agora se compara ao que aí vem…

PP - A vitória no concurso Riba Rock permitiu-vos abrir para Sam The Kid “numa noite memorável”. Como seria a noite ideal para os Skills and the Bunny Crew? Em que palco? A tocar com que artistas?

S&TBC - A noite perfeita, isto considerando um acordo faustiano com o Diabo, seria Miles Davis, no trompete, Jonh Lennon, Paul Mccartney, Freddy Mercury, Aretha Franklin e MJ nos back vocals, Tupac a dividir rimas comigo, Hendrix a picar-se com o Pedro na guitarra… Agora, num plano realista:a noite ideal, num plano nacional, seria abrir Da Weasel e, por que não, fazer um feat. com o Pacman em pleno Pavilhão Atlântico cheio. A nível internacional, há de chegar o dia em que abriremos para os Rage…

PP - Por último, qual a importância das redes sociais, como o Palco Principal, na carreira dos Skills and the Bunny Crew e respectiva divulgação?

S&TBC - São importantíssimas, aliás, decisivas para a divulgação. Ainda não temos CD, ainda somos uma banda pouco ou nada conhecida, logo, são redes sociais como estas que servem de canal de comunicação entre nós e quem mais nos interessa, o público.

Sara Novais