O músico e compositor José Mário Branco, o cantor Francisco Fanhais, o diretor artístico do Teatro Nacional D. Maria II, Tiago Rodrigues, a escritora e artista de teatro Patrícia Portela, o músico Chullage, o realizador António-Pedro Vasconcelos e o escritor José Luís Peixoto subscreveram em Portugal a carta que é assinada por cerca de 140 cantores, músicos, atores e escritores de vários países, onde se argumenta que não deverão existir relações próximas com o Estado israelita, até que os palestinianos tenham “liberdade, justiça e igualdade de direitos”.

Na carta aberta divulgada na sexta-feira no diário britânico The Guardian – também subscrita por Brian Eno, The Knife, Wolf Alice e finalistas da Eurovisão, incluindo os vencedores de 1994, os irlandeses Paul Harrington e Charlie McGettigan – recorda-se que, em 14 de maio, dois dias após a vitória da cantora hebraica Netta Barzilai, em Portugal, com a canção “Toy”, que colocou Israel como o próximo anfitrião, o exército israelita matou 62 palestinianos desarmados em Gaza, incluindo seis crianças.

Os artistas de diversos países europeus, e ainda de Israel, Estados Unidos e Austrália pedem à União Europeia de Radiodifusão (UER, EBU, nsigla da designação inglesa), que atualmente discute com Telavive a cidade que poderá acolher o certame, a transferência da sede para outro país, “com melhor historial de direitos humanos". "A injustiça divide, enquanto que a busca de dignidade e direitos humanos une”, lê-se no documento.

Os subscritores, entre os quais também se incluem os cineastas Alain Guiraudie ("O Desconhecido do Lago"), Ken Loach ("Eu, Daniel Blake"), Mike Leigh ("Segredos e Mentiras"), Aki Kaurismäki ("O Outro Lado da Esperança") e o israelita Eyal Sivan, que dirigiu "Citizens K.", consideram que o festival Eurovisão de 2019 “deve ser boicotado, caso seja organizado por Israel e enquanto prosseguir a sua grave e duradoura violação dos direitos humanos dos palestinianos”.

Em junho, diversas organizações culturais palestinianas apelaram ao boicote do certame de 2019, sublinhando que "o regime israelita de ocupação militar, colonialismo e apartheid está descaradamente a usar a Eurovisão como parte da sua estratégia oficial ‘Brand Israel’, que tenta mostrar ‘a face mais bonita de Israel’ para branquear e desviar a atenção dos seus crimes de guerra contra os palestinianos”.

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