Adele fez as honras da casa e abriu a 59ª cerimónia dos Grammys com "Hello", o primeiro single do último disco da britânica ("25"). Ao contrário do que tinha acontecido na edição de 2016, os problemas técnicos não atrapalharam a atuação da cantora, que apresentou uma versão com arranjos um pouco diferentes dos do tema original.

Além de inaugurar a festa da música no Staples Center, em Los Angeles, Adele foi também a protagonista do final da madrugada da entrega de prémios da Academy of Recording Arts and Sciences, ao subir novamente ao palco para agradecer o galardão de Gravação do Ano, por "Hello", e de Álbum do Ano.

Os seus rivais na categoria de melhor álbum do ano eram Beyoncé ("Lemonade"), Justin Bieber ("Purpose"), Drake ("Views") e Sturgill Simpson ("A Sailor's Guide to Earth"), enquanto que a lista de concorrentes para o prémio de melhor gravação contava com Beyoncé ("Formation"), Lukas Graham ("7 Years"), Rihanna e Drake ("Work") e Twenty One Pilots ("Stressed Out").

Canção do Ano, Melhor Performance Pop Solo e Melhor Álbum Vocal Pop foram outras das categorias onde Adele levou a melhor sobre os outros nomeados. Já Beyoncé, a artista com mais nomeações, arrecadou o Grammy de Melhor Videoclip, com "Formation" e de Melhor Álbum Urbano Contemporâneo ("Lemonade").

Ao receber o Grammy de Álbum do Ano, Adele dedicou a vitória a Beyoncé, frisando que era fã do disco "Lemonade". A britânica brincou ainda com a gravidez da cantora, dizendo que gostaria de ser filha de Beyoncé.

"Beyoncé, adoro-te, emocionas a minha alma todos os dias desde os meus 17 anos. Quero que sejas a minha mãe”, disse a cantora que se tornou a primeira artista da história a alcançar a vitória nas três categorias principais pela segunda vez.

David Bowie, cantor que morreu no início de 2016, também foi um dos grandes vencedores da noite, arrecadando cinco Grammys, entre os quais nas categorias de Melhor Performance Rock, Melhor Canção Rock e Melhor Álbum Alternativo.

Chance The Rapper, que ficou conhecido ao editar um tema com 2 Chainz e Lil Wayne, também foi um dos protagonistas da cerimónia ao vencer o prémio de Melhor Novo Artista, Melhor Álbum de Rap, com "Coloring Book", e Melhor Performance de Rap com o tema "No Problem".

De Ed Sheeran a Beyoncé: As atuações da noite

Depois da atuação de Adele, James Corden, o apresentador de serviço, continuou a cerimónia com um rap. Logo de seguida, Jennifer Lopez subiu ao palco para frisar que os vestidos não eram a coisa mais importante da gala. "Esta noite não é sobre vestidos, é sobre música. As nossas vozes têm de ser ouvidas (...) Vamos celebrar esta língua universal", frisou a cantora, entregando depois o Grammy de Melhor Novo Artista a Chance The Rapper.

Ao som de "The Girl is Mine", Paris Jackson, filha de Michael Jackson, subiu ao palco para apresentar The Weeknd. O músico que atua em julho no NOS Alive começou por cantar o tema "Starboy", chamando depois os Daft Punk ao palco para "I Feel It Coming", um dos temas do último disco do cantor.

Depois de oito meses afastado das redes sociais, Ed Sheeran regressou aos Grammys para  apresentar o novo single, "Shape of You". Logo depois da atuação do britânico, Kat McPhee e os The Chainsmokers, duo que atua em agosto no MEO Sudoeste, subiram ao palco para anunciar o vencedor do Grammy para Melhor Canção Rock. "Blackstar", de David Bowie, foi o tema escolhido.

Entre anúncios de vencedores, Kelsea Ballerini e Lukas Graham apresentaram um mashup dos temas "Peter Pan" e "7 Years" na cerimónia.

O primeiro grande momento da noite chegou com Beyoncé. Para surpresa de todos, a atuação da cantora foi apresentada pela sua mãe, Tina Knowles. Com recurso a excertos sobre a maternidade retirados do disco "Lemonade" e diversas projeções nos ecrãs com referências à família, a artista entrou em palco a cantar "Love Drought", seguindo-se  "Sandcastles".

Durante a atuação, foram ainda exibidas imagens de  Tina Knowles, Beyoncé e Blue Ivy - avó, mãe e filha.

A meio da cerimónia, James Corden tentou recriar a sua famosa rubrica "Carpool Karaoke". Para o carro de cartão em palco, o apresentador convidou alguns dos artistas presentes, como John Legend, Faith Hill e Jennifer Lopez, para cantarem "Sweet Caroline". Neil Diamond também se juntou à viagem, mas a grande protagonista foi Blue Ivy, filha de Beyoncé, que decidiu fazer um pequeno "cameo".

Depois de Bruno Mars, Katy Perry animou a cerimónica com o novo single "Chained to the Rhythm". Durante a atuação, a cantora deixou algumas mensagens a Donald Trump, com o artista Shepard Fairey, criador do cartaz de "Hope Obama", a fazer uma série de ilustrações dedicadas aos muçulmanos, afro-americanos, latinos e à comunidade LGBTQ.

Além de abrir a cerimónia da 59ª edição dos Grammys, Adele subiu ao palco para homenagear George Michael. Segundo a Academy of Recording Arts and Sciences, a ideia surgiu da cantora britânica, que pediu para criar uma versão do tema "Fastlove", de 1996.

Durante a atuação, Adele não conseguiu controlar as emoções, pedindo para recomeçar porque não queria "estragar nada". Em palco, a cantora esteve acompanhada por uma orquestra.

Depois da homenagem a George Michael, Lady Gaga juntou-se aos Metallica no palco dos Grammys. Rodeados por fogo, os membros da banda e a cantora fizeram vibrar o público com "Moth Into Flame". A atuação ficou ainda marcada por um problema técnico no microfone de James Hetfield.

Lady Gga Lady Gga

Depois das principais atuações da noite, a gala só voltou a ganhar ritmo com a homenagem a Prince. Em palco, Prima The Time recordou “Jungle Love” e “The Bird”. Já Bruno Mars animou o público com “Let’s Go Crazy”, do álbum “Purple Rain”.

Antes do anúncio final dos vencedores do Grammys para Gravação do Ano e Álbum do ano, John Lennon e Cynthia Erivo subiram ao palco para cantar "God Only Knows", em homenagem a Leonard Cohen, Prince, Sharon Jones, David Bowie, Sonny James, Bobby Vee, Juan Gabriel, George Michael, Joe Ligon, Billy Paul, Frank Sinatra Jr, Leon Russel, George Martin, entre outros.

Ao longo de três horas e meia, a cerimónia de entrega de prémios da Academy of Recording Arts and Sciences foi perdendo algum ritmo, o que se refletiu nos comentários partilhados pelos espectadores nas redes sociais. As estrelas pop do momento - Beyoncé, Adele, Lady Gaga e Katy Perry - foram as grandes protagonistas da noite, conquistando o público que comentou a cerimónia via Twitter e Facebook.

Se não acompanhou a gala de entrega dos Grammys em direto, poderá ver a versão legendada esta segunda-feira, 13 de fevereiro, a partir das 19h30, na SIC Caras.

O primeiro português a vencer um Grammy:

À exceção de Carlos do Carmo e do Grammy Latino que recebeu pela sua carreira (os Grammys Latinos são uma competição isolada da dos Grammys atribuídos pela indústria norte-americana), nenhum outro português tinha vencido um Grammy. No início da cerimónia o produtor André Allen Anjos venceu um Grammy de Melhor Gravação Remisturada, tornando-se assim no primeiro português a ser distinguindo com um destes prémios de música.

André Allen Anjos, que em 2005 trocou o Porto pelos Estados Unidos, venceu na categoria de Melhor Gravação Remisturada com um ‘remix’ (remistura) do tema “Tearing me up”, de Bob Moses.

O produtor português é um dos fundadores do coletivo RAC (Remix Artist Collective) e esta foi a sua segunda nomeação nos Grammy.

LISTA DE VENCEDORES:

Álbum do ano: "25", Adele

Gravação do ano: "Hello", Adele

Revelação do ano: Chance the Rapper

Melhor canção do ano (prémio compositor): "Hello", Adele e Greg Kurstin

Melhor performance pop a solo: "Hello," Adele

Melhor álbum pop: "25", Adele

Melhor álbum pop tradicional: "Summertime: Willie Nelson Sings Gershwin", Willie Nelson

Melhor performance duo ou grupo pop: "Stressed Out", Twenty One Pilots

Melhor álbum de dança/eletrónico: "Skin", Flume

Melhor canção rock: "Blackstar", David Bowie

Melhor álbum rock: "Tell Me I'm Pretty", Cage the Elephant

Melhor álbum de música alternativa: "Blackstar", David Bowie

Melhor álbum R&B: "Lalah Hathaway Live", Lalah Hathaway

Melhor álbum urbano contemporâneo: "Lemonade," Beyoncé

Melhor álbum rap: "Coloring Book", Chance the Rapper

Melhor álbum country: "A Sailor's Guide to Earth", Sturgill Simpson

Melhor performance country a solo: "My Church", Maren Morris

Melhor álbum jazz vocal: "Take Me to the Alley", Gregory Porter

Melhor álbum jazz instrumental: "Country for Old Men", John Scofield

Melhor compilação de banda sonora para visual media: "Miles Ahead", Miles Davis & vários artistas

Produtor do ano, não clássico: Greg Kurstin

Melhor videoclip: "Formation", Beyoncé

Lista completa de vencedores também no site oficial do evento

Veja na galeria as estrelas que passaram pela passadeira vermelha: