Conhecido pelas suas declarações polémicas, Hughes acusou ainda de traição uma das principais promotoras da mobilização, a jovem Emma González, uma das sobreviventes do tiroteio numa escola em Parkland, Flórida, no mês passado.

Este ataque fez ressurgir o debate sobre o controlo de armas nos EUA, onde centenas de milhares de pessoas marcharam no passado sábado, naquela que foi considerada a maior mobilização do género em duas décadas.

Em vários posts no Instagram, apagados pouco depois da publicação, Hughes, de 45 anos, acusou os sobreviventes de Parkland de perderem "vários dias de escola para faltar às aulas às custas do sangue dos seus colegas".

No massacre de Parkland, morreram 14 estudantes. Os outros três falecidos no ataque eram adultos que trabalhavam na instituição.

"Como sobrevivente de um ataque em massa, posso dizer-lhes em primeira mão que protestar e perder aulas insulta a memória de quem foi assassinado e as vossas ações insultam-me e a todos os amantes da liberdade", escreveu o músico.

Hughes também partilhou uma fotomontagem de González - em que a jovem aparece a rasgar a Constituição dos EUA -, referindo-se a ela como "a face horrível da traição" e uma "sobrevivente de nada".

Músico de direita e ferrenho apoiante do presidente Donald Trump, o vocalista dos Eagles of Death Metal também qualificou as manifestações como atos de "uma juventude equivocada e comunistas maléficos".

O agente do cantor ainda não respondeu aos pedidos de comentários da AFP.

Vários fãs da banda pediram nas redes sociais o boicote às suas canções.

O Eagles of Death Metal atuavam no Bataclan a 13 de novembro de 2015, quando extremistas islâmicos lançaram ataques que também alvejaram um estádio de futebol, bares e restaurantes de Paris. Cento e trinta pessoas morreram. Só na sala de espetáculos faleceram 90 pessoas.

Sobre o ataque, Hughes chegou a insinuar que o atentado pode ter sido preparado do interior do Bataclan, com a ajuda de guardas, e que no momento do ataque havia muçulmanos a comemorar na rua.

Após estas declarações, a sala de concertos e vários festivais franceses cancelaram atuações da banda já programadas.