Os fãs nas redes sociais estão a reagir com desilusão à decisão do Disney+ de cancelar duas séries inéditas que já foram filmadas e estão prontas a estrear. A razão: cortar despesas.

No sábado, ficou a saber-se que a plataforma já não ia lançar uma nova adaptação de “As Crónicas de Spiderwick”, que já deu origem a um filme de 2008 com Freddie Highmore, agora em formato de série em imagem real, sobre uma família que se muda para a sua casa ancestral delapidada e começa a desvendar um mistério sombrio sobre um antigo familiar e a existência de um mundo das fadas.

Com Jack Dylan Grazer ("The Flash") e ainda Christian Slater, Lyon Daniels, Noah Cottrell, Joy Bryant e Mychala Lee, a série foi rodada entre setembro de 2022 e janeiro de 2023.

Segundo a imprensa especializada, está pronta a estrear: os relatos variam entre ter seis ou oito episódios, com a Paramount Television Studios agora à procura de potenciais compradores.

No domingo, chegou a notícia do cancelamento de "Nautilus", uma prequela de "20 Mil Léguas Submarinas", um filme de 1954 que adaptava o romance de Júlio Verne.

Com Shazad Latif como o Capitão Nemo e ainda Georgia Flood, Thierry Frémont e Pacharo Mzembe, esta produção de origem britânica tem dez episódios, filmados entre meio de fevereiro de 2022 e janeiro de 2023. Também aqui se vai procurar uma nova "casa" para o lançamento.

Os dois cancelamentos fazem parte do plano estratégico anunciado originalmente em fevereiro pela Disney de cortar perto de três mil milhões de dólares em despesas com os conteúdos nos próximos anos, "produzir um volume menor de conteúdo", reestruturar outras áreas e colocar fim a sete mil postos de trabalho.

Em maio, ficou a saber-se que parte da estratégia do corte dos custos com os conteúdos passava pelo desaparecimento de dezenas de produções do catálogo global da Disney+, incluindo várias apostas mediáticas e bastante promovidas aquando do seu lançamento, como as séries "Willow", "Dollface", "Big Shot", "Y: O Último Homem", "A Hora dos Campeões: Uma Nova Era", "O Mundo Segundo Jeff Goldblum", "A Misteriosa Sociedade Benedict” e “Dollface”, e filmes como "Artemis Fowl", a animação "O Único e Incomparável Ivan" e a versão de 2022 de "À Dúzia é Mais Barato".

Com isto, os estúdios cortam as despesas com títulos no seu catálogo cujas audiências não as justificam, como o pagamento de direitos de autor e de imagem ao elenco e equipa, mas também amortizam os "ativos" nos livros de contabilidade, com direito a benefícios fiscais. A diretora financeira da Disney estimava uma redução de 1,5 a 1,8 mil milhões de dólares só para o trimestre de junho.