Em comunicado, a autarquia esclarece que o projeto será apresentado na sexta-feira, pelas 15h00, na sala de leitura da biblioteca, onde marcará presença o presidente da câmara, Rui Moreira, e o arquiteto responsável pela reabilitação, Eduardo Souto de Moura.

Com um custo estimado de 17 milhões de euros, o projeto de requalificação e ampliação vai permitir triplicar a capacidade de depósito da Biblioteca Pública Municipal do Porto (BPMP).

Construído em 1842, o edifício vai encerrar ao público a 1 de abril.

"No primeiro dia de abril já não será possível ao público em geral recorrer aos serviços da BPMP, mas a estrutura municipal vai assegurar um serviço de apoio exclusivo para investigadores", adianta o município.

No início do segundo semestre, está previsto o encerramento dos Fundos Gerais da biblioteca, que serão transferidos "em regime de custódia", bem como a Casa Forte.

Mais de 70 mil novos títulos, publicados entre 2010 e 2023, serão transferidos e ficarão acomodados na Biblioteca Almeida Garrett, localizada nos jardins do Palácio de Cristal.

A par da Biblioteca Almeida Garrett, continuarão a funcionar os sete polos da rede da biblioteca errante, nomeadamente, a Biblioteca de Assuntos Portuenses e Biblioteca de Cinema do Cineclube do Porto (Casa do Infante), a Biblioteca Popular de Pedro Ivo (na Praça do Marquês de Pombal), a Biblioteca Marta Ortigão Sampaio (na Casa Marta Ortigão Sampaio), o Bibliocarro (projeto itinerante), a Biblioteca Digital Eugénio de Andrade e a Biblioteca de Arqueologia (no Reservatório).

No mês de abril está também prevista a abertura da Biblioteca de Autores Portuenses, na Escola Secundária Alexandre Herculano, e em junho serão inauguradas a Biblioteca de Humor, no Parque do Covelo, e a Casa da Poesia Eugénio de Andrade.

Até ao final do ano, o município prevê também abrir a Grande Biblioteca dos Periódicos Portuenses, a Biblioteca do Vinho do Porto e a Biblioteca de Guerra Junqueiro.

O avanço do projeto de requalificação e ampliação da BPMP esteve condicionado cerca de nove meses, devido à decisão do Tribunal de Contas, que considerava existirem "direitos de autor" passados e defendia o lançamento de um concurso público, por oposição a um ajuste direto.

O projeto prevê a construção de "uma torre", que aproveitará o espaço em altura, uma ampliação para as traseiras do edifício principal, voltado para o Jardim de São Lázaro, e a demolição e construção de algum edificado que, no passado, foi acrescentado nas traseiras da biblioteca, explicou o arquiteto, em junho de 2021, na apresentação do projeto à vereação.

Em maio de 2023, uma associação belga de arquitetura lançou um concurso de contraprojetos para encontrar ideias alternativas ao projeto de Souto Moura para a ampliação da Biblioteca Municipal do Porto que consideram pseudo-brutalista e fora de contexto.

Na sua página oficial, a associação La Table Ronde de l'Architecture referia que foi a pedido de residentes locais do Porto que decidiu lançar o concurso, desafiando arquitetos a desenvolver alternativas ao projeto do prémio Pritzker que respeitassem "o caráter tradicional da zona e a biblioteca existente”.

Em julho, a mesma associação disse não acreditar ser “inevitável” a construção da torre prevista no projeto, instando então a autarquia a auscultar a população.

“Não acreditamos que seja inevitável divorciar o novo volume [torre] das ruas envolventes, sobretudo se o volume opaco for executado com uma pegada idêntica ao edifício existente e a inconformidade estética da fachada exterior”, lia-se numa missiva da associação enviada ao gabinete do presidente da autarquia, Rui Moreira, a quem foi dado conhecimento dos sete projetos alternativos recebidos no âmbito do concurso.