Megan Thee Stallion foi processada pelo seu operador de câmara pessoal, que alega ter sido forçado a vê-la ter relações sexuais com outra mulher e trabalhar num ambiente hostil, segundo documentos legais apresentados esta terça-feira num tribunal de Los Angeles.

Emilio García, que trabalhou para a rapper norte-americana entre 2018 e 2023, afirma que Stallion o forçou a vê-la praticar atos sexuais com uma mulher num automóvel em movimento em Ibiza, durante uma digressão em Espanha em 2022, e que violou diversas normas laborais, além de o envergonhar por ser gordo.

“Emilio nunca deveria ter sido colocado na posição de ter que permanecer dentro de um automóvel com ela enquanto fazia sexo com outra mulher. Inapropriado é um eufemismo. Expor funcionários a esse comportamento é definitivamente ilegal”, disse o advogado de Garcia, Ron Zambrano, em comunicado.

A ação alega que o incidente ocorreu em junho de 2022.

“O queixoso não conseguiu sair do carro tanto por estar em movimento como por estar no meio do nada num país estrangeiro”, diz o processo.

"O autor ficou envergonhado, mortificado e ofendido durante toda a situação", salienta.

A artista de “Hot Girl Summer” disse a Garcia para não falar sobre o que tinha visto, diz a ação, que também afirma que ela lhe dizia que estava gordo e comia demais.

Algumas semanas depois, em agosto de 2022, a remuneração do operador de câmara foi alterada.

Em vez de receber quatro mil dólares por mês, teve que concordar em ser pago por tarefa, sem alterar o seu intenso ritmo de trabalho para acompanhar a artista.

Este “novo sistema de pagamento resultou em ganhos significativamente menores do queixoso porque os valores faturados não refletiam com precisão o tempo e o esforço reais”, explica a queixa.

O operador de câmara acabou por protestar contra as suas condições de trabalho e a cantora decidiu parar de utilizar os seus serviços em junho de 2023.

O processo de Garcia diz que a estrela de 29 anos começou a contratá-lo em 2018, mas classificou-o como trabalhador independente e não como empregado.

Isto significava que não tinha direito a benefícios como sistema de saúde ou pagamento de horas extras, que poderiam chegar a seis dígitos.

A ação judicial afirma que Garcia foi contratado para trabalhar oito horas por dia, mas foi obrigado a atender chamadas de Megan Thee Stallion, cujo nome verdadeiro é Megan Pete, fora desse horário e a realizar outras tarefas sem ter os devidos intervalos.

O processo, que alega retaliação e múltiplas violações do Código do Trabalho estadual, nomeia como réus Megan Thee Stallion e as empresas Megan Thee Stallion Entertainment, Inc., Hot Girl Touring LLC e Roc Nation.

Garcia procura indemnizações compensatórias e punitivas não especificadas.

“Megan tem de pagar ao nosso cliente o que ele merece, assumir o seu comportamento e abandonar esse tipo de assédio sexual e conduta vergonhosa”, disse Zambrano.

O advogado de Megan Thee Stallion negou as acusações à imprensa norte-americana.

“Esta é uma reivindicação profissional por dinheiro – sem nenhuma queixa de assédio sexual apresentada e com acusações obscenas para tentar embaraçá-la. Vamos lidar com isto em tribunal”, disse Alex Spiro em comunicado.

No ano passado, o rapper canadiano Tory Lanez foi condenado a 10 anos de prisão por disparar nos pés da intérprete de "Savage" depois de gritar "Dança, vadia!", durante uma discussão de bêbados após uma festa em Hollywood.