No Festival Rota das Letras vão também ser evocados os 50 anos do 25 de Abril, com o escritor e jornalista João Céu e Silva, que vai apresentar a obra “O General que começou o 25 de Abril dois meses antes dos Capitães”.

A edição deste ano do Festival Literário e a anterior, separadas por apenas cinco meses, têm em comum a celebração do 5.º centenário do nascimento de Luís de Camões.

Kenneth David Jackson, professor da Universidade de Yale e autor de vários estudos camonianos, vai marcar presença no Rota das Letras, bem como o ilustrador brasileiro Fido Nesti, com a sua adaptação de Os Lusíadas para crianças.

Entre os convidados do festival, destaque para Dong Xi, vencedor do 11.º prémio Man Dun de Literatura e para o norte-americano de origem coreana Chang-rae Lee, finalista do prémio Pulitzer, de acordo com um comunicado enviado à Lusa.

Na abertura, estará em destaque a vida e obra de Li Bai, tema de uma exposição de fotografia de Xu Peiwu, artista chinês que ao longo da última década percorreu os mesmos caminhos por onde andou o poeta há mais de mil anos, registando as paisagens que o inspiraram na sua errância por vastas e dispersas regiões da China.

No primeiro fim de semana do Rota das Letras, entre 8 e 10 de março, serão apresentadas várias obras, como a antologia de contos “Primavera Tardia” de San San, uma das mais premiadas entre as jovens escritoras chinesas; “The Peking Express” do advogado norte-americano James Zimmerman, residente na na capital chinesa há mais de 25 anos, e que conta a história do Grande Assalto Ferroviário de 1923, o maior da história da China e um facto determinante da evolução da guerra civil chinesa.

Já a 15 de março, o festival vai estar focado na cozinha de Macau, com as autoras Graça Pacheco Jorge e Annabel Jackson, e o professor Barrie Sherwood, da Universidade de Singapura, a fazerem uma reflexão sobre o momento presente da gastronomia macaense e as questões de identidade cultural associadas.

O dia seguinte será dominado pela escrita no feminino, num diálogo que reunirá escritoras de Macau, Hong Kong e China, com destaque para a obra de Sonia Leung, “The Girl Who Dreamed: a Hong Kong Memoir of Triumph Against the Odds”, considerado “um importante marco na literatura da cidade vizinha” e que narra, na primeira pessoa e na “perspetiva de uma mulher jovem”, as experiências dos imigrantes pobres da China, chegados a Hong Kong nos anos 80.

O penúltimo dia do Rota das Letras encerra com o concerto de Marta Pereira da Costa, considerada uma das mais virtuosas intérpretes de guitarra portuguesa da atualidade.

O Festival Literário de Macau - Rota das Letras, fundado pelo jornal local em língua portuguesa Ponto Final, realiza-se desde 2011.