Um novo julgamento civil em Londres por uma alegação de abuso sexual aguarda Kevin Spacey após um juiz anular na terça-feira uma decisão anterior contra o ator norte-americano.

Um homem apresentou uma ação contra o vencedor de dois Óscares no Tribunal Superior de Londres em 2022, alegando que foi abusado sexualmente em 2008 e estava a sofrer “danos psicológicos” como consequência.

Mas o caso foi suspenso quando Spacey foi acusado criminalmente de vários crimes sexuais na Inglaterra, sendo absolvido no ano passado.

A equipa jurídica de Spacey deveria apresentar uma defesa por escrito para o caso civil assim que esse processo criminal terminasse, mas não o fez.

Assim sendo, foi proferida por defeito uma sentença à revelia contra o ator, devendo o processo avançar para a concessão de uma indemnização.

Mas o juiz David Cook disse numa audiência na terça-feira que os advogados tinham "francamente 'feito asneira'" e que o erro "não deveria recair sobre o réu", pelo que concordou relutantemente em anular essa sentença para que “a injustiça fosse evitada”.

“Os interesses da justiça exigem que estas alegações sejam levadas a julgamento e a sentença à revelia deve, portanto, ser anulada”, disse.

Não foi estabelecida uma data, mas foi marcada uma troca de documentação para o início de 2025.

Claire Glasgow, advogada que representa o queixoso, manifestou a satisfação pelo juiz ter reconhecido 'a gravidade da queixa e orientou o tribunal para seguir para julgamento'.

“O nosso cliente procura justiça nos tribunais civis para acusações graves contra Kevin Spacey, independentemente das conclusões do julgamento criminal”, acrescentou.

Na semana passada, Spacey negou as acusações de comportamento impróprio feitas num documentário do Channel 4 no Reino Unido, "Spacey Unmasked", que começou a ser exibido na segunda-feira.

Também acusado de agressão sexual nos EUA, Spacey foi considerado inocente em 2022 por um tribunal civil de Nova Iorque.

Em 2019, as acusações foram retiradas noutro caso.