Ao contrário do que o próprio tinha adiantado nas redes sociais a 24 de novembro, Donald Trump não voltou a ser eleito como a Pessoa do Ano da revista Time.

A escolha recaiu no movimento "#MeToo", que nos últimos dois meses levou à denúncia de centenas de casos de assédio e abusos sexuais.

A decisão foi anunciada esta manhã nos EUA durante o programa Today do canal ABC.

  • A campanha #MeToo para denunciar assédio e abuso começou em meados de outubro no Twitter, com mulheres de diferentes partes do planeta revelando as suas experiências.
  • A convocação foi feita pela atriz Alyssa Milano no sábado, ao incentivar as mulheres vítimas de abuso sexual a dar o seu testemunho na rede social no contexto do caso Harvey Weinstein.
  • Muitas atrizes quebraram o silêncio sobre Weinstein, a quem acusaram de abuso sexual e até de violação.
  • Entre os #MeToo destacaram-se também os casos da cantora americana Lady Gaga e da ex-estagiária da Casa Branca Monica Lewinsky, que protagonizou um escândalo sexual com o então o presidente Bill Clinton.

A revista destacou na capa várias personalidades, incluindo a atriz Ashley Judd, entre "as que quebraram o silêncio: As vozes que lançaram um movimento".

A decisão manifesta o desejo de honrar e reconhecer o crescente movimento de mulheres que falam sobre os casos de assédio sexual, que começou com as acusações ao produtor de cinema Harvey Weinstein a 5 de outubro, mas se generalizou a outras áreas.

Entre os nomes sonantes atingidos pelos escândalos estão o ator Kevin Spacey, os jornalistas Charlie Rose e Matt Lauer, o comediante Louis C.K., o senador Al Franken e o congressista John Conyers.

Edward Felsenthal, editor-chefe da revista, também notou que o "#MeToo" se tornou um "poderoso acelerador" que foi usado milhões de vezes em pelo menos 85 países.

Ainda assim, reconheceu que não foi uma decisão rápida: "Foi especialmente difícil este ano, um ano de tanta perturbação nos EUA e à volta do mundo".