De acordo com informação disponível no site do Museu CCB, a mostra, “concebida em torno da obra ‘O Impostor’ (1964), recém-adquirida pela Coleção de Arte Contemporânea do Estado (CACE), incluirá igualmente um conjunto de peças da artista produzidas no mesmo período”.

A inauguração de “Um foco em Paula Rego” está marcada para 20 de junho, às 18h00. Nesse dia, a entrada no Museu CCB será gratuita entre as 18h00 e as 21h00.

A mostra fica patente até 10 de setembro.

A pintura “O Impostor”, que retrata Salazar de forma satírica, foi a primeira obra adquirida pelo Estado para integrar o novo museu sob gestão do Centro Cultural de Belém, em Lisboa.

A pintura a óleo e técnica mista sobre tela foi adquirida pelo Estado por 400 mil euros à família da artista, escolhida por constituir uma referência marcante da trajetória de uma das mais destacadas artistas portuguesas a nível internacional, que morreu em junho de 2022, aos 87 anos.

De acordo com o Ministério da Cultura, a escolha de “O Impostor” foi feita a partir de sugestões da família de Paula Rego, e depois com base numa proposta da curadora da Coleção de Arte Contemporânea do Estado (CACE), Sandra Jurgens.

A CACE passou assim a integrar 10 peças de Paula Rego.

A pintura “O Impostor”, criada em 1964, com 179 por 158 centímetros, esteve na primeira exposição de Paula Rego em Portugal, em Lisboa, na Sociedade Nacional de Belas Artes, em 1965.

Entretanto, é possível ver-se na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, duas das mais celebradas pinturas de Paula Rego que estão expostas pela primeira vez, naquela instituição, para prestar homenagem e assinalar um ano da morte da artista.

As obras “O Anjo” (1998) e “O Banho Turco” (1960) estarão em exposição até ao dia 24 de julho, no átrio da sede da Fundação Calouste Gulbenkian, junto à escadaria principal, com entrada livre.

Paula Rego, “que estabeleceu uma forte relação com a Fundação desde que foi bolseira no início da década de 1960”, manifestou satisfação pública pela aquisição das obras pela Gulbenkian, em 2022, para a Coleção do Centro de Arte Moderna.

As duas pinturas não tinham sido apresentadas publicamente até agora devido ao encerramento do edifício do Centro de Arte Moderna (CAM) para obras de remodelação.

Adicionalmente, duas outras obras da artista podem ser vistas na exposição “Histórias de uma Coleção. Arte Moderna e Contemporânea” do CAM, a decorrer até 18 de setembro na Galeria Principal da fundação.

Uma delas é a pintura “Retrato de Grimau” (1964), uma das primeiras aquisições para a Coleção do CAM, em 1965, e o tríptico “Vanitas”, encomendado diretamente à artista em 2006 para as celebrações do cinquentenário da Gulbenkian.

Nascida em Lisboa, a 26 de janeiro de 1935, numa família de tradição republicana e liberal, Paula Rego começou a desenhar ainda criança, um talento que lhe foi reconhecido pelos professores da St. Julian's School, em Carcavelos. Partiu para a capital britânica com 17 anos, para estudar na Slade School of Fine Art.

Foi bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian, para fazer pesquisa sobre contos infantis, em 1975, e, em Londres, conheceu o futuro marido, o artista inglês Victor Willing, cuja obra Paula Rego exibiu por várias vezes na Casa das Histórias.

Em 2010, foi ordenada Dama Oficial da Ordem do Império Britânico pela Rainha Isabel e recebeu, em Lisboa, o Prémio Personalidade Portuguesa do Ano atribuído pela Associação da Imprensa Estrangeira em Portugal.

Paula Rego recebeu, em 1995, as insígnias de Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, em 2004, a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada e, em 2011, o doutoramento 'honoris causa' pela Universidade de Lisboa, título que possui de várias universidades no Reino Unido, como as de Oxford e Roehampton.

Em 2019, foi distinguida com a Medalha de Mérito Cultural pelo Ministério da Cultura.