O episódio "Band in China", com o habitual humor absurdo e tom sarcástico na abordagem de temas polémicos, ataca as empresas norte-americanas que estão dispostas a tudo para conquistar uma parte do mercado chinês.

A animação mostra os trabalhos forçados numa prisão chinesa e faz uma paródia das empresas que pensam apenas nos interesses comerciais e cedem à censura.

As pesquisas por "South Park" no Weibo, o equivalente chinês do Twitter, e noutros sites não apresentavam nenhum resultado esta terça-feira. Algumas páginas de vídeo por streaming citavam alguns episódios, mas não era possível assistir a nenhum deles.

O incidente coincide com a polémica provocada por um tweet de um executivo dos Houston Rockets, equipa da NBA, a favor dos manifestantes pró-democracia em Hong Kong, o que provocou críticas do governo da China e ameaça prejudicar os negócios da NBA no país asiático.

South Park

A NBA divulgou um comunicado no qual lamentou a mensagem de Daryl Morey, diretor geral dos Houston Rockets, mas nesta terça-feira o comissário da Liga, Adam Silver, afirmou que não pedirá desculpas pelo tweet e não vai controlar as declarações de jogadores e dirigentes.

No Twitter, os criadores de "South Park", Trey Parker e Matt Stone, apresentaram um pedido de desculpa repleto de ironias à China.

"Assim como a NBA, saudamos os censores chineses nas nossas casas e nos nossos corações. Também amamos dinheiro mais do que a liberdade e a democracia. Xi [Jinping] não se parece em nada com o Winnie the Pooh", afirma o comunicado, numa referência aos memes proibidos que comparam o presidente chinês Xi Jinping ao urso da Disney.

"Vida longa ao Grande Partido Comunista da China! Que a colheita deste outono seja abundante! Estamos bem com a China agora?", completa o comunicado.

A resposta de Parker e Stone à China representa um grande contraste com a das grandes empresas ocidentais, que rapidamente recuam diante de potenciais perdas no gigantesco - e muito nacionalista - mercado consumidor da China.

Empresas, que vão de companhias aéreas a marcas de moda, já divulgaram pedidos de desculpa, geralmente depois de terem sido acusadas de "ferir os sentimentos do povo chinês".

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