A professora da Universidade do Minho Felisbela Lopes lança esta terça-feira, 6 de novembro, um livro onde reúne vinte entrevistas com alguns dos "principais decisores" do universo da televisão com uma opinião comum: as televisões "reconfiguraram o país que somos".

O livro "Vinte anos de televisão privada em Portugal" será apresentado esta terça-feira, pelas 18:30, em Braga, no Museu Nogueira da Silva, por Luís Marques Mendes (ex-ministro de Cavaco Silva com a tutela da comunicação social) e Ricardo Costa (diretor do Expresso e jornalista na fundação da SIC).

Para a investigadora, a "reconfiguração" trazida pela televisão privada nos últimos anos é explicada no título da entrevista do Presidente da República, Cavaco Silva, " A televisão cria uma grande pressão sobre o modo de decidir e de explicar as decisões", embora ela substituísse "pressão" por "condicionamento".

O livro compila as entrevistas efetuadas este ano a Cavaco Silva, Arons de Carvalho, Morais Sarmento, Pinto Balsemão, Paes do Amaral, Guilherme Costa, José Eduardo Moniz, Luís Marques, Luís Marinho, António Rego, Alcides Vieira, José Alberto Carvalho, Nuno Santos, Júlia Pinheiro, Piet Hein, Adriano Luz, Marcelo Rebelo de Sousa, Paquete de Oliveira e Azeredo Lopes.

Uma escolha que, de acordo com a autora, privilegiou "as vinte personalidades que mais influenciaram os processos de decisão" e não as "figuras" mais importantes do pequeno ecrã.

Emídio Rangel é falta óbvia, mas o homem que liderou os primeiros tempos da SIC depois de ter concordado em dar a entrevista acabou por não fazê-lo.

Se tivesse que escolher só uma personalidade, como a mais influente neste período, Felisbela Lopes escolhia Pinto Balsemão, "uma figura chave nestes vinte anos", mas se alargássemos a escolha a um punhado de nomes, incluiria José Eduardo Moniz, Emídio Rangel, Paes do Amaral e Piet Hein.

Entre as surpresas encontradas nas conversas, a pró-reitora da Universidade do Minho destaca a capacidade que "cada um dos entrevistados teve para a autocrítica". E dá o exemplo de Arons de Carvalho, responsável pela televisão em executivos do PS, que afirmou que "os Governos que integrou nunca viram na RTP uma prioridade".

Mas também há as surpresas em torno do "Big Brother", o programa que, afirma, "mais revolucionou uma grelha de programação". Piet Hein, responsável da Endemol, revela que a SIC esteve disponível para comprar o programa só para não ser emitido, enquanto Pinto Balsemão admite que, face aos atuais elementos, repensaria a transmissão do "Big Brother".

No livro, o antigo ministro Morais Sarmento afirma que nunca pensou privatizar um dos canais públicos e que o anúncio dessa possibilidade foi uma arma negocial para que os operadores privados aceitassem obrigações de serviço público. Dessa estratégia terá dado conta ao Presidente da República e ao líder do PS, Ferro Rodrigues.

@SAPO/Lusa

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