André Previn morreu esta quinta-feira na sua casa em Manhattan, confirmou o seu representante ao jornal New York Times. Tinha 89 anos.

O compositor, maestro e pianista americano de origem alemã esteve 11 anos à frente da Orquestra Sinfónica de Londres (1968-1979) e quatro com a de Los Angeles (1985-1989), deixando uma obra com centenas de gravações de música clássica, jazz (colaborando, entre outros com Ella Fitzgerald e Duke Ellington), pelas quais ganhou 10 Grammy e ainda um de carreira, além de música para cinema, em que teve 13 nomeações para os Óscares.

Nascido em Berlim a 6 de abril de 1929, o seu pai inscreveu-o no conservatório aos seis anos após perceber que tinha ouvido.

A família fugiu da Alemanha nazi em 1939 e radicou-se em Los Angeles, onde o tio-avô de Previn era diretor musical dos estúdios de cinema Universal. O jovem tornou-se um talentoso pianista de jazz e começou a trabalhar nos estúdios MGM em 1946, enquanto estudava no liceu.

No cinema, muito do seu trabalho passou pela adaptações de musicais da Broadway e ganhou quatro estatuetas na categoria de Banda Sonora Adaptada (já extinta) por "Gigi" (1958), "Porgy e Bess" (1959),"Irma la Douce" (1963) e "My Fair Lady" (1963).

Previn também é a única pessoa na história dos Óscares a ser nomeada três vezes por filmes diferentes no mesmo ano: na cerimónia de 1961, esteve na corrida pela Banda Sonora Adaptada de "A Menina dos Telefones", a Banda Sonora Original de "O Falso Profeta" e ainda a canção "Faraway Part of Town" do "Pepe", co-escrita com a segunda esposa, Dory Previn.

Na categoria de Banda Sonora Adaptada, foi ainda nomeado por "Três Palavrinhas" (1950), "Beija-me Catarina" (1953),  "Dançando nas Nuvens" (1955), "Millie, Rapariga Moderna" (1967) e "Jesus Christ Superstar" (1973).

Com Dory Previn, com quem esteve casado entre 1959 e 1969, ainda voltou a ser nomeado pela canção "Song from Two for the Seesaw (Second Chance)", de "Baloiço Para Dois" (1962).

Ainda nos anos 1960, deixou o cinema para se dedicar à música clássica. Além do seu trabalho na Filarmónica de Los Angeles, dirigiu as orquestras sinfónicas de Houston e Pittsburgh, e foi frequentemente diretor convidado de orquestras em todo o mundo.

Casou cinco vezes e a terceira esposa, entre 1970 e 1979, foi Mia Farrow. Dessa relação de que teve três filhos biológicos e outros três adaptados, incluindo Soon-Yi, que mais tarde iniciaria uma relação com Woody Allen quando este ainda era companheiro da Mia Farrow. Após o escândalo, fico célebre a frase do corte de relações: "ela não existe".

"Vemo-nos pela Manhã, querido amigo", escreveu Farrow. "Que descanses entre gloriosas sinfonias".