Apesar de já existirem há 18 anos, os Stereophonics nunca tiveram o reconhecimento merecido, pelo menos em Portugal. No entanto, a banda continua a produzir boa música e a encantar o público feminino com a voz e postura de Kelly Jones. Em Novembro de 2009 lançaram o álbum “Keep Calm and Carry On”, cuja digressão preenche, agora, a agenda do quarteto. A tournée passou por Portugal, no passado dia 18 de Julho, no festival Super Bock Super Rock.

O Palco Principal teve o prazer de entrevistar o baterista Javier Weyler e o guitarrista Adam Zindani, horas antes do concerto.Viagens e concertos foram os principais temas da conversa.

Palco Principal – Vocês acabaram de chegar da Suiça, onde deram um concerto...

Javier Weyler – Sim.

PP – Como correu o vosso concerto na Suiça?

Adam Zindani – Foi fabuloso.

JW – Sim, de facto, foi um concerto muito bom. Actuamos num festival em Berna, no topo da montanha e tocámos numa tenda. Foi um espectáculo compacto, com uma vibração muito boa e um público espectacular.

PP – Vocês já foram mais vezes à Suiça. Li em algumas entrevistas que vocês costumam divertir-se muito por lá...

AD – Sim. Sempre que fazemos digressões na Europa divertimo-nos imenso e tentamos actuar ao maior número possível de países.

PP – Quando foi a última vez que estiveram em Portugal?

AD – Penso que foi em 2004. Já lá vai algum tempo.

PP – Gostam de estar no nosso país?

JW – Na verdade é a primeira vez para nós os dois. Nessa altura o antigo baterista ainda pertencia à banda, por isso é também a minha primeira vez em Portugal, mas pelo que vi até agora gostei.

PP – Voltaram da Suiça ontem?

JW – Não, só chegámos hoje e viemos directos para aqui.

PP – Mas vão ficar cá mais tempo?

AD – Ficamos apenas esta noite. Vamos ver a actuação de Prince e depois voamos de volta [para o País de Gales], amanhã à tarde. Era bom termos ficado o fim-de-semana todo, mas não pudemos.

JW – Também adorava ficar mais tempo. Quando marquei as minhas férias pensei em ir à Madeira ou aos Açores, mas acabei por optar pela Grécia.

PP – Quais as expectativas que têm do público português?

JW – Pelo que me disseram, Portugal é também uma espécie de país latino, por isso penso que vai ser semelhante ao público espanhol ou italiano, ou seja, vai ser muito festivo. É esse o tipo de público de que gostamos.

PP – No passado dia 5 de Julho tiveram um concerto no Cardiff City Stadium que esgotou. Foi o vosso maior concerto até hoje?

AD – Não, já tivemos concertos maiores, como por exemplo, no Millenium Stadium, em Cardiff. Mas acho que tratando-se de uma banda gaulesa, qualquer sítio onde toquemos no nosso país, teremos um público maior e mais animado. É a primeira banda a tocar no estádio de futebol de Cardiff, por isso acho que foi um marco importante.

JW – Também é algo importante para abrir portas para outras bandas, pois muitas delas, principalmente internacionais, actuam poucas vezes em Cardiff. Normalmente dão concertos em Londres. Talvez agora o Millenium Stadium seja mais uma hipótese viável para muitos artistas montarem o seu espectáculo. Além disso, foi uma boa maneira de arrancarmos com a nossa digressão de Verão. Chamamos ao concerto “Summer in the City”, uma vez que a ideia era que este tivesse uma boa vibração. Correu muito bem. O sol brilhou, as pessoas estavam bêbedas (risos), nós também o estávamos no final do concerto, por isso foi um óptimo dia.

PP – Têm muitos fãs jovens, apesar de serem uma banda já com 18 anos de carreira?

JW – Acho que a cada álbum ganham-se fãs novos. Temos a sorte de ter fãs que nos acompanham desde o início, mas também temos muitos fãs que nos descobriram apenas no último álbum ou no anterior. Quando olhamos para a fila da frente vemos imensas crianças à medida que olhamos para as filas seguintes observamos que o público é mais velho. Por isso, temos a sorte de chegar a várias faixas etárias.

AD – Ontem o público era muito jovem. Acho que é uma das coisas boas dos festivais, o facto de vermos pessoas de todas as idades. Num minuto podemos olhar para a plateia e ver um miúdo de 15 anos e ao seu lado estar um homem de 45 anos.

PP – Então, conseguem chegar a um público de várias idades...

AD – Felizmente. A música faz coisas deste género, interliga as pessoas sem olhar a idades ou a outra característica qualquer.

PP – Quando podemos esperar um novo álbum vosso?

JW – Acabamos de começar a nossa digressão do álbum que lançamos em Novembro do ano passado [“Keep Calm and Carry On”], que deve acabar em Agosto. Além disso, em Novembro é provável que façamos uma digressão pela América do Sul, por isso estes serão os nossos últimos espectáculos de promoção deste disco. Depois disso teremos disponibilidade para voltar para estúdio e começar a trabalhar num novo álbum. Portanto, o mais tardar no início de 2012 teremos um novo álbum.

PP – Quando lançarem o vosso novo álbum, tencionam voltar a Portugal?

JW – Sim, se nos quiserem de volta, nós regressamos (risos). Temos tentado ir aos mais variados sítios possíveis. O problema é que por vezes somos convidados a ir a festivais com datas coincidentes e temos de escolher entre dois locais. Por exemplo, no ano passado fomos ao Rock in Rio em Espanha e não viemos a Portugal. Este ano trocámos. A escolha depende do do que está disponível nesse evento, daquilo que nos pedem para fazer e da parte do mundo onde estamos. Mas isto [abundância de convites para concertos] só é bom para nós. Estamos felizes por poder tocar em todo o lado.

Melanie Antunes